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Padres falecidos na Venezuela precisam ser cremados para não serem profanados

Cemiterio Geral do Sul

Pe. Germán Machado (Cementerio General del Sur, Caracas)

Reportagem local - publicado em 29/06/18

Ladeira abaixo: a degradação moral se acelera assustadoramente no país, atingindo agora também os mortos

Os padres salesianos se viram obrigados a tomar uma decisão que é tristemente eloquente sobre o nível de insegurança e degradação moral que está assolando a Venezuela: devido à onda de profanações de túmulos que se junta aos já incontáveis sofrimentos infligidos ao povo do país, a congregação terá que passar a incinerar os corpos de seus religiosos falecidos em território venezuelano.

O pe. Timothy Ploch, salesiano, fala da situação do Cemitério Geral do Sul, em Caracas:

“Foram profanados 41 túmulos de salesianos. Não se sabe o motivo, se por roubo ou por outros motivos religiosos. O fato é que pedimos às autoridades para cuidarem dos cemitérios, mas não houve respostas. Recolhemos todos os ossos, realizamos o reconhecimento de cada salesiano e eles foram cremados. E, durante uma grande cerimônia religiosa, foram depositados na paróquia Dom Bosco”.

Entre os restos mortais de religiosos salesianos que tiveram de ser cremados estão os do pe. José Berno Giacomazzi, o mais idoso da congregação, que faleceu aos 107 anos. Juntamente com as cinzas dos outros 41 salesianos, as dele foram enterradas aos pés da imagem de Maria Auxiliadora na paróquia São João Bosco em Altamira.

“Agora sim, poderão descansar em paz”.

Seita sincrética, ladrões de túmulos e satanistas

O capelão do Cemitério Geral do Sul, pe. Germán Machado, declarou em entrevista à agência ACI Digital que crânios e ossos são extraídos de túmulos por adeptos de uma seita que mistura espiritismo e “santería”, um conjunto de crenças surgido principalmente do sincretismo entre elementos descontextualizados da fé católica e da cultura tradicional iorubá.

“É um tipo de pacto com a pessoa falecida, para que ela aja de modo sobrenatural de acordo com o que eles pedem e com as coisas que eles vão lhe dando como oferenda”.

Também há casos de profanação de túmulos visando lucro: ladrões procuram objetos de valor como joias, relógios e dentes de ouro. Há até mesmo quem venda ossos.

Por fim, o pe. Germán acrescenta:

“Os rituais satânicos têm aumentado. Vimos coisas terríveis, como crianças sacrificadas que foram deixadas no cemitério em sacos de plástico. São pelo menos dois casos de crianças que foram mortas durante esses ritos. Obviamente, todos os sinais são de rituais”.

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Com informações de ACI Digital

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