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Quando o treino ou a diversão de seus filhos impede a família de ir à igreja

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Marisa Sandora - publicado em 09/07/18

Veja como uma mãe está recuperando os domingos em família

Tive que reler o e-mail da treinadora da minha filha de 10 anos… Treino de softball previsto para as 08h30 de domingo? Sério? E a igreja? E a vida familiar?

E eu já tinha recebido outro e-mail avisando sobre o treino de softball da minha outra filha, de 7 anos, para este mesmo domingo ao meio-dia. E ela já tinha uma festa de aniversário às 15h30. O que fazer?

Cada vez mais eu fico irritada com as atividades que atrapalham nosso tempo de culto dominical. Também ouvi outros pais falarem um monte de coisas, pois os técnicos parecem não respeitar algo sagrado para as famílias.

Mas nós não deveríamos nos surpreender, já que a sociedade, há muito tempo,  está tomando este rumo. Antes dos anos 1970, era comum que as lojas fechassem aos domingos, o que facilitava para as famílias que queriam guardar “o Dia do Senhor”.

Mas a pressão econômica das lojas low-cost, que abriam nos sete dias da semana, forçaram os centros comerciais a funcionar também aos domingos.

Nos anos posteriores, a maioria dos estados dos EUA derrubaram as leis que restringiam as atividades dominicais por motivos religiosos, embora muitos lugares ainda restringem a venda de álcool aos domingos.

Eu moro em Bergen, Nova Jersey. Aqui, nossos centros comerciais, lojas de rua, concessionárias e grandes armazéns fecham aos domingos. Embora isso faça com que o trânsito em nossas principais avenidas seja um caos aos sábados, sou a favor deste costume. Assim, minha família se vê obrigada a diminuir o ritmo aos domingos. Somos livres para ir à Missa. No entanto, os esportes e compromissos sociais continuam brotando como pragas.

O Catecismo da Igreja Católica chega a qualificar como pecado a falta deliberada da Missa de domingo. Por volta de 1998, o Papa João Paulo II, agora santo, também falou sobre o tema em uma carta apostólica chamada de Dies Domini. Ele escreveu sobre como, antigamente, era mais fácil manter o domingo como dia de culto, de descanso e de família, pois isso era quase uma prática universal.

No entanto, a pesar das mudanças sociais que dificultaram isso tudo, o Santo Papa incentivou os cristãos a se certificarem de que o domingo era diferente de qualquer momento geral do “fim de semana”. Para mim, isso significa que o domingo não deveria ser cheio de atividades ou diversão. Deveria ser um dia sagrado, de reflexão.

Mas como se desculpar discretamente quando você é convidada, por exemplo, para uma festa no domingo, mas quer ir à igreja ou ficar em casa, com a família?

Eu pedi à especialista em etiqueta Myka Meier que me desse alguns conselhos. Para os compromissos sociais, é melhor “ser direta e sincera, ao mesmo tempo em que você deve agradecer pelo convite”, explica Meier.

“Você por dizer algo como: ‘Seu convite foi muito amável. João adoraria ir ao aniversário da Ana, mas vamos à Missa, pois, para nós, o domingo é um dia religioso. Obrigada por pensar em nós e esperamos que Ana tenha um aniversário fantástico’. Não precisa dar outras desculpas, pois as famílias irão respeitar o fato de você ter reservado o domingo para as questões religiosas”, acrescenta Meier.

Parece fácil, né? Mas e os compromissos esportivos? Talvez os treinadores não sejam tão compreensivos.

“Recomendo falar com o técnico antes que a temporada comece oficialmente. Diga a ele sobre as restrições do domingo em sua família. Assim, ele poderá compreender”, aconselha Meier.

Se o treinador ficar com raiva ou se você suspeitar que seu filho está sendo prejudicado por perder os treinos de domingo, tente marcar uma reunião cara a cara com o técnico para negociar.

“Mantenha a calma e seja firme. Mostre sua dedicação com palavras como: ‘Gostamos muito que nosso filho esteja nesta equipe e estamos comprometidos com o sucesso do time. Mas o domingo sempre foi um dia importante para nossa família’”, sugere Meier.

Quanto à minha família, decidi que minha filha faltasse, sim, ao treino das 8h30 do domingo. Era muito cedo e não daria tempo de irmos à Missa das 9h30, que é um ritual sagrado para nós.

Claro que meus filhos ficam com raiva quando digo que é hora de irmos à igreja, pois eles não querem deixar a televisão. Mas é importante transmitir a eles esta parte tão crucial de nossa fé.

Quando eu era criança, eu ia à Missa todas as manhãs de domingo com minha família. Isso ajudou a formar a pessoa que sou hoje.

Durante discurso em 2014, o Papa Francisco disse que passar os domingos com familiares e amigos é uma “escolha ética” para crentes e não crentes.  A gente acredita muito nisso e mantém a tradição.




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