Aleteia logoAleteia logoAleteia
Domingo 10 Dezembro |
Nossa Senhora de Loreto
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

Nossa Senhora, corredentora? (IV)

SOLEMNITY

Public Domain

Vanderlei de Lima - publicado em 03/08/18

“À Virgem Santa podemos, então, dirigir-nos com confiança, implorando-Lhe o auxílio"

Neste artigo, finalizamos o debate sobre a possibilidade de ser proclamado o dogma de Maria Santíssima como corredentora da humanidade.

Como argumenta D. Estêvão Bettencourt, OSB, sobre a temática? – Suas razões são duas: 1) “as próprias noções de Medianeira e Corredentora são ainda ambíguas e obscuras no campo teológico. Com efeito: os manuais de Mariologia publicados nos dez últimos anos – e são cerca de vinte (em 1997) – não concordam entre si na maneira de entender o significado de tais atributos da Virgem Ssma. Todos são cautelosos no sentido de não afetar a figura singular e o papel único de Jesus Cristo Redentor do gênero humano. Ora, essa falta de unanimidade é suficiente para se deixar de lado qualquer tentativa de definição dogmática”.

2) “Nota-se, outrossim, que os principais pronunciamentos da Igreja editados nos últimos decênios têm evitado sistematicamente o uso do termo Corredentora. Assim sejam citadas a Constituição Munificentissimus Deus (1950) e as encíclicas Fulgens Corona (1950) e Ad Caeli Reginam (1954), de Pio XII; a Constituição Lumen Gentium, do Concílio do Vaticano II (1964); as Exortações Apostólicas Signum Magnum (1967) e Marialis Cultus (1974), de Paulo VI, e a encíclica Redemptoris Mater (1987), de João Paulo II. Todos estes textos davam ocasião a que se mencionasse o título de Corredentora, mas observou-se absoluto silêncio a respeito. Ora, se tal tem sido a orientação do Magistério, pode-se entender que nos dias atuais o mesmo hesite em proceder à definição solene de tal título” (PR, p. 448).

Tudo isso quer dizer que a Igreja desabona a cooperação de Nossa Senhora na obra salvadora de Nosso Senhor, seu amado Filho? Explique. – Responde-nos Dom Estêvão Bettencourt, OSB, que a Igreja não desabona a cooperação de Nossa Senhora na obra salvadora de seu Divino Filho, apenas não a quis declarar solenemente.

Daí, ser muito importante “frisar bem que nem todas as verdades de fé hão de ser promulgadas por definições solenes do Magistério extraordinário da Igreja. O Magistério ordinário, que ocorre mediante o ensinamento constante e moralmente unânime dos Bispos, é suficiente para fundamentar uma verdade ou um artigo de fé. O Magistério extraordinário da Igreja (que se exprime em definições solenes) há de ser sempre extraordinário; intervém por excelência em caso de debates teológicos para dissipar heresias que ameacem o patrimônio da fé” (PR, p. 449).

De mais a mais, o Catecismo da Igreja Católica n. 969 ensina que a “‘maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na anunciação e que manteve inabalável junto da Cruz, até a consumação perpétua de todos os eleitos. De fato, depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna […]. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro e medianeira’ (Lumen Gentium 62)”.

Qual é a mensagem da catequese do Papa São João Paulo II de 6 de abril de 1997 com o título: Maria, singular cooperadora da Redenção? – O Papa diz que a Igreja sempre refletiu sobre o papel de Maria na obra salvadora de seu Filho Jesus Cristo, de modo que Santo Agostinho de Hipona († 430) a chama, convictamente, de cooperadora da Redenção (cf. De Sancta Virginitate, 6; PL40, 399).

O Concílio Vaticano II tem muito presente tudo isso ao demonstrar que Nossa Senhora contribui não só com seu Filho, mas também com a Igreja, Corpo místico de Cristo (1Cor 12,12-21; Cl 1,24), até o fim dos tempos. Sim, Ela “cooperou” (LG 53) e “coopera” (LG 63) em toda a obra de salvação, sempre, porém, subordinada a seu Filho na graça redentora, e na mesma graça nossa Mãe (cf. LG 56; LG 61).

São João Paulo II termina essa sua Catequese de um modo muito belo, ao dizer: “À Virgem Santa podemos, então, dirigir-nos com confiança, implorando-Lhe o auxílio, na consciência do papel singular a Ela confiado por Deus, o papel de cooperadora da redenção, por Ela exercido durante toda a vida e, de modo particular, aos pés da Cruz” (A Virgem Maria, p. 114).

Eis o que se poderia, por ora, dizer sobre tão importante temática.


PIETA

Leia também:
Nossa Senhora, corredentora? (III)

Tags:
Maria
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia