Temos que nos posicionar nesta batalha! Na atualidade, são três os principais ataques de Satanás desferidos contra o matrimônio e a família: a ideologia de gênero, o sexo sem compromisso e a separação e o divórcio.
Esses ataques são perigosíssimos, pois atingem o fundamento da criação, a verdade da relação entre o homem e a mulher segundo o desígnio de Deus. Pois, se o alicerce fundamental da criação é danificado, todo o edifício fica comprometido.
A razão desses ataques ao matrimônio e à família fica clara em uma carta que a Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, vidente das aparições de Fátima, mais conhecida como Irmã Lúcia, escreveu ao Cardeal Carlo Caffarra, Arcebispo de Bolonha (Itália):
“O confronto final entre o Senhor e o reino de Satanás será sobre a família e sobre o matrimônio. Não tenha medo, porque qualquer um que trabalhar pela santidade do matrimônio e da família será sempre combatido e contrariado de todos os modos, porque este é o ponto decisivo. No entanto, Nossa Senhora já lhe esmagou a sua cabeça[1].”
A ideologia de gênero como ataque ao matrimônio e à família
A princípio, pode parecer estranha a ideia de que a ideologia de gênero constitui um ataque ao matrimônio e à família. Pois, podemos perguntar: como uma ideologia pode colocar em risco instituições sagradas como o matrimônio e a família, consolidadas por séculos na história da humanidade? A resposta é simples: a ideologia de gênero constitui um grande perigo ao matrimônio e à família porque atinge o fundamento da criação, do desígnio de Deus para a humanidade, desde o princípio: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher” (Gn 1, 27).
A ideologia de gênero é uma espécie de revolta contra Deus e contra a sua criação, diz a socióloga alemã Gabriele Kuby:
“…a Ideologia de Gênero é a mais radical rebelião possível contra Deus: o ser humano não aceita que é criado homem e mulher, e por isso diz: “Eu decido! Esta é a minha liberdade!” — contra a experiência, contra a Natureza, contra a Razão, contra a ciência! É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que lhe resta da sua identidade, ou seja, o de ser homem ou mulher, depois de se ter perdido a fé, a família e a nação. É uma ideologia diabólica: embora toda a gente tenha uma noção intuitiva de que se trata de uma mentira, a Ideologia de Gênero pode capturar o senso comum e tornar-se em uma ideologia dominante do nosso tempo[2].”
Em discurso à Cúria Romana, o Papa Emérito Bento XVI disse que o uso do termo gênero pressupõe uma “nova filosofia da sexualidade”; e que a “profunda falsidade desta teoria e a tentativa de uma revolução antropológica que ela contém, são óbvias”[3]. Nesse discurso, Bento XVI também alertou sobre o perigo que a ideologia de gênero constitui para a humanidade:
“Quando a liberdade para sermos criativos se transforma em uma liberdade para nos criarmos a nós próprios, então é o próprio Criador que é necessariamente negado e, em última análise, o ser humano é despojado da sua dignidade enquanto criatura de Deus que tem a Sua imagem no âmago do seu ser[4].”
O sexo sem compromisso no combate contra o matrimônio e a família
A ideologia de gênero, aliada ao sexo sem compromisso, que já está presente na sociedade há mais tempo, tornam-se uma mistura explosiva que abala os fundamentos da família e do matrimônio.
Em primeiro lugar, a ideologia de gênero, enraizada na mente dos jovens e, não raras vezes, das crianças, cria uma revolta contra Deus, contra si mesmos e contra seu próprio corpo.
Essas revoltas, transferem-se para a família, pois, para os ideólogos de gênero, o ser homem ou mulher é um construto da sociedade e a família é o principal “agente” nesse processo. Essa visão distorcida da realidade causa a falta de diálogo, os desentendimentos, as brigas e as separações nas famílias.
Para piorar ainda mais a desagregação das famílias, a ideologia de gênero reforça o uso do sexo sem compromisso. Pois, para os seus ideólogos a relação sexual é um direito de todas as pessoas, inclusive dos jovens e das crianças. Se a partir dos anos 60 a “revolução sexual” causou grandes mudanças no comportamento das pessoas, principalmente quanto ao sexo sem compromisso, a teoria queer ou ideologia de gênero, que teve sua origem nos Estados Unidos em meados da década de 1980, parece que alterou o “ser” das pessoas, se é que isso é possível.
Consequentemente, muitas pessoas, de todas as idades, inclusive idosos e crianças, tiveram seu psiquismo afetado. Algumas dessas pessoas, motivadas pelo seu estado psicológico e pelos novos ditames impostos para a sociedade através das escolas e das universidades, da TV e das mídias sociais, dos livros e das revistas, mudaram não somente seu comportamento sexual, mas também seu modo de ser, de vestir e até mesmo seus corpos, para adequarem-se ao seu “gênero” e às suas preferências sexuais.
Elevada ao altar do hedonismo, do sexo sem compromisso, a ideologia de gênero se tornou uma grande arma do demônio contra a sacralidade do matrimônio e da família.
Consequentemente, aumenta cada vez mais o número dos matrimônios desfeitos e das famílias desestruturadas por causa da ideologia de gênero e do sexo sem compromisso. A imoralidade sexual, por sua vez, faz com que aconteçam: a gravidez indesejada, a violência doméstica, o estupro, o aborto, a separação de casais.
Além disso, surgem os casamentos entre pessoas do mesmo sexo e as chamadas famílias alternativas, que afrontam o Criador e a sacralidade do matrimônio.
A respeito do aborto, – em exorcismos feitos na Itália pelo Padre Pellegrino Ernetti – Satanás diz através de um possesso: “Foi a minha descoberta mais bela e saborosa! Matar os inocentes em vez dos culpados e homicidas da máfia! Destruo a humanidade e assim termino, antes do nascimento, com os adoradores do vosso falso Deus”[5]. O demônio diz claramente, pela boca do possesso, que o aborto tem como finalidade destruir a humanidade e os cristãos.
A separação e o divórcio como ataque à sacralidade do matrimônio e da família
Deus criou o homem e a mulher para unirem-se em uma instituição sagrada e indissolúvel, para toda a vida, que é o matrimônio. Por isso, as Sagradas Escrituras nos dizem que “…o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gn 2, 24). Sendo assim, a separação e o divórcio constituem ataques diretos de Satanás contra os desígnios de Deus para a humanidade e a sacralidade do matrimônio e da família.
As palavras do demônio – ditas também pela boca de um possesso – são ainda mais surpreendentes em relação ao divórcio e à separação de casais:
“Foi invenção minha. Reivindico a sua propriedade. É uma das minhas descobertas mais inteligentes. Desta forma, destruo a família e a sociedade, onde sou adorado como verdadeiro rei do mundo. O sexo… o sexo. Não deis ouvidos àquele homem [Jesus] pendurado na cruz que não vos dá nada. O verdadeiro prazer somente eu vos dou com o sexo livre. O meu reino é sobretudo a liberdade do prazer sexual, com o qual reino sobre a terra”[6].”
Portanto, não tenhamos dúvidas de que a ideologia de gênero, o sexo sem compromisso e a separação e o divórcio são armas usadas na batalha de Satanás contra a sacralidade do matrimônio e da família e, em última instância, contra o próprio Deus.
Entretanto, não tenhamos medo, pois, como disse a Irmã Lúcia, a Virgem Maria já esmagou a cabeça da Serpente. Além disso, a própria Virgem de Fátima nos garantiu: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”
Sendo assim, de nossa parte, temos apenas que nos posicionar nesta batalha espiritual. Como valorosos filhos, servos e escravos de Nossa Senhora, façamos orações, penitências e sacrifícios pelos pecadores, para que se convertam e escapem das garras de Satanás.
Por fim, compartilhem este conteúdo, para que mais pessoas conheçam estes três ataques do demônio contra o matrimônio e a família.
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
Por Natalino Ueda, via Todo de Maria
Referências:
[1] PADRE PAULO RICARDO. A importância de Fátima na batalha pela vida e pela família.
[2] IPCO. “Transgenerismo”: uma revolta contra Deus.
[3] Idem, ibidem.
[4] Idem, ibidem.
[5] PELLEGRINO ERNETTI. Estratégias de Satanás, p. 21. Título original: La Catechesi di Satana.
[6] Idem, p. 20.