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Um morto em mobilizações maciças a favor e contra o governo da Nicarágua

NICARAGUA

Julio Vannini-(CC BY-NC 2.0)

Agências de Notícias - publicado em 12/08/18

A Nicarágua viveu neste sábado novas marchas a favor e contra o governo, no âmbito da crise que sacode o país desde abril, com saldo, segundo a polícia, de um morto na cidade de Matagalpa (norte).

A polícia informou que um simpatizante governista morreu com um tiro pelas costas quando uma manifestação contra o governo passava em frente à prefeitura de Matagalpa.

A vítima foi identificada como Lenin Mendiola, filho de uma histórica dirigente da governante Frente Sandinista, segundo um comunicado da polícia divulgado em meios do governo.

Outros relatos de meios opositores indicaram que em Matagalpa ocorreram incidentes em que paramilitares atiraram contra manifestantes.

Também houve marchas em Manágua, León e Juigalpa.

Em Manágua houve duas marchas maciças, onde não foram registrados incidentes maiores, uma em defesa e outra contra o governo do presidente Daniel Ortega, em meio a uma onda de protestos que em quase quatro meses deixou mais de 300 mortos.

A “marcha azul e branca” reuniu dezenas de milhares de pessoas ao sul de Manágua, pedindo liberdade para dezenas de “presos políticos” das manifestações.

A pouca distância, uma maré de bandeiras sandinistas vermelhas e pretas, avançou para o norte da capital com lemas de apoio ao presidente, Daniel Ortega, e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.

“Viemos aqui exigir justiça, que os terroristas paguem pelo dano que fizeram ao país”, expressou Lala Pineda, uma comerciante de 47 anos na marcha pró-governo.

Ortega qualificou de “golpistas” e “terroristas” os manifestantes contrários ao seu governo.

A Assembleia Legislativa aprovou em julho uma lei que declara terroristas os que marcham contra o governo, e muitos dos manifestantes detidos foram acusados de terrorismo.

Durante a mobilização, ocorreram incidentes menores entre manifestantes e agentes da polícia.

“Liberdade para os presos políticos”, “Fim das detenções ilegais”, cantavam os manifestantes contrários ao governo, com o rosto coberto e levantando bandeiras da Nicarágua.

Os detidos são, em sua maioria, líderes estudantis, camponeses e integrantes de organizações da sociedade civil, que são acusados de terrorismo e crime organizado.

Os adversários de Ortega, de 72 anos, que governa há 11 anos, o acusam de corrupção, nepotismo e de instaurar uma ditadura, e por isso pedem sua saída do poder.

Os protestos opositores começaram em 18 de abril contra uma fracassada reforma da previdência social e se propagaram para todo o país, após uma violenta repressão que deixou 317 mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

O governo afirma que há 197 mortos (sem contar o deste sábado), dos quais cinco são estudantes e os demais são, em sua maioria, policiais e agentes da ordem.

(AFP)

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