“Não vou dizer uma palavra. Acredito que o comunicado fala por si e vocês têm capacidade jornalística para concluir”No voo de volta da Irlanda para a Itália, o Papa Francisco respondeu a perguntas de jornalistas que, entre temas diversos, também abordaram as acusações em que o arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, ex-núncio nos Estados Unidos, afirmou que o Papa sabia dos abusos do ex-cardeal Theodore Edgar McCarrick e não agiu a respeito.
Anna Matranga, jornalista da rede norte-americana CBS, perguntou a Francisco:
“Hoje de manhã, bem cedo, foi publicado um documento do arcebispo Carlo Maria Viganò em que ele afirma ter tido em 2013 uma conversa pessoal com o senhor, no Vaticano, falando explicitamente do comportamento… dos abusos sexuais, do ex-cardeal McCarrick. Eu queria pergunta se isto é verdade. E também queria lhe perguntar outra coisa: o arcebispo disse ainda que o Papa Bento já havia punido McCarrick (…) Posso perguntar se essas duas coisas são verdade?”
O Papa Francisco respondeu:
“Eu respondo, mas preferiria que falássemos primeiro da viagem e depois de outras coisas. Li na manhã de hoje o comunicado. Li e lhes digo, sinceramente: leiam atentamente o comunicado e tirem as suas próprias conclusões. Eu não vou dizer uma palavra sobre isso. Acredito que o comunicado fala por si mesmo e vocês têm a capacidade jornalística suficiente para chegar às conclusões. É um ato de confiança. Depois que já tiver passado algum tempo, e vocês tiverem as conclusões, talvez eu fale. Mas eu desejaria que a maturidade profissional de vocês faça esse trabalho. Isso lhes fará bem, de verdade…”.
Após responder a outra pergunta da mesma jornalista, o Papa reiterou a respeito da questão Viganò:
“Espero os comentários de vocês sobre o documento. Eu gostaria de escutá-los”.
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ÍNTEGRA: Carta do Papa Francisco sobre o crime de abuso sexual