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Por que você não deve forçar seus filhos a pedir desculpas

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Calah Alexander - publicado em 28/08/18

Há algo mais que eles devem aprender primeiro

Tenho ficado cada vez mais desconfortável com a maneira como eu tento resolver as discussões e brigas dos meus filhos.

É uma fórmula bastante definida, que eu tenho usado por anos – eu escuto a reclamação de ambos os lados, sem deixar um lado interromper o outro. Levando em consideração os temperamentos, a história do comportamento e o nível atual de indignação (porque a experiência me diz que quanto maior a indignação, maior a possibilidade de culpa), eu tento determinar quem deve pedir desculpas.

Geralmente os dois têm que pedir desculpas. E como eles são coagidos a isso, as desculpas vêm sem sentido e eles acabam repetindo o que fizeram anteriormente em questão de horas (ou minutos, dependendo do dia).

Este método produz resultados que são… menos do que desejáveis. Basicamente, seus relacionamentos nunca mudam nem melhoram, e estamos todos presos em um ciclo interminável de brigas e frustrações.

Então, eu fiquei muito interessada quando li esta publicação na Motherly sobre o ensino da responsabilidade dos filhos em todas as áreas da vida – incluindo suas relações com os outros.

“Quando sua filha ferir os sentimentos do irmãozinho, não a obrigue a se desculpar. Ela não vai querer dizer isso, e isso não ajudará o irmão. Em vez disso, ouça seus sentimentos para ajudá-la a resolver as emoções emaranhadas que a fizeram fazer aquilo.

Então, quando ela se sentir melhor, pergunte o que ela pode fazer para melhorar as coisas entre eles. Talvez ela esteja pronta para se desculpar. Mas talvez ela prefira reparar as coisas com ele lendo uma história para ele, ou o ajudando com sua tarefa de colocar a mesa, ou dando-lhe um grande abraço.

Isso ensina às crianças que a forma com elas tratam outras pessoas tem um custo e que elas são responsáveis ​​por reparos quando causam danos. Mas, porque você não está forçando, ela é capaz de escolher fazer o reparo, o que faz com que ela se sinta bem”.

Admito que li isso com um pouco de ceticismo, de dúvida. Eu quero que eles aprendam que reconhecer e admitir erros é essencial não apenas para manter relacionamentos, mas para crescer em virtude e bondade… mas isso dificilmente é o que eu estou ensinando quando eu os forço a murmurar desculpas sem sentido.

Eu acho que é porque estou perdendo o ingrediente-chave que o artigo menciona. Eu ouço quem fez o que, mas eu não escuto o porquê. Na verdade, muitas vezes cortei meus filhos quando eles entravam no “porquê”, já que isso rapidamente se converteria em uma batalha infinita de quem é o mais malvado.

Mas, talvez, tirar um tempo para ouvir meus filhos individualmente, longe do calor da batalha, ajudaria tanto eu quanto eles a ver e compreender a dinâmica do relacionamento e encontrar uma maneira de mudar.

Esse pode ser um objetivo elevado, mas ter essas conversas incluirá muitos momentos de ensino – como ajudar meus filhos a aprender como identificar suas emoções e ensinar-lhes que estar magoado não é algo que eles podem (ou deveriam) ignorar, mas atacar não é o caminho certo para lidar com suas emoções.

Da mesma forma, dar-lhes a oportunidade de reparar o dano que fazem quando eles machucam um ao outro é uma maneira tangível de começar a trabalhar no conceito de assumir a responsabilidade por suas ações, o que é uma parte central da admissão do erro.

Afinal, se eles não aprendem que suas ações têm consequências reais, então ensinar-lhes a se desculpar é inútil. Uma desculpa não tem sentido se eles não entendem que o que eles fizeram foi errado e como eles podem melhorar. É sobre isso que é a verdadeira responsabilidade – nos relacionamentos e na vida.

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EducaçãoPaternidadeRelacionamento
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