Sim, é preciso ser equilibrado, mas, primeiro, é preciso superar as interpretações equivocadas de “equilíbrio”Quase todos já ouviram a frase “A virtude está no meio” – mas poucos sabem explicar o que ela quer dizer.
Há quem entenda o sentido desta frase como um convite ao “meio termo” entre os extremos, destacando que a virtude seria um equilíbrio entre comportamentos opostos.
Neste sentido, a interpretação pode descambar para certa tolerância com a mediocridade: ser “virtuoso”, dessa perspectiva, seria como ser “morno”, nem muito quente, nem muito frio…
Há também quem entenda que o “meio” em questão é o ambiente em que vivemos, concluindo que a virtude é relativa e varia conforme as circunstâncias, exigindo adaptabilidade – e até renúncia a certos princípios em nome da conveniência…
O pe. José Eduardo Oliveira tratou desta frase nesta semana em seu perfil no Facebook e comentou:
“Virtus in medio” (em latim, a preposição “in” rege ablativo quando indica permanência) não significa “Virtus in mediocritate”, ainda mais quando a mediocridade favorece o crime ou a impunidade.
Imagine, por exemplo, se um bandido entrar em sua casa e você quiser ser “moderado” ou “equilibrado” nos termos falaciosos acima e disser: “Bem, eu não vou nem dar um abraço nem vou impedir o bandido, mas vou ficar tranquilo enquanto a mamãe apanha e é roubada”.
Isso não seria equilíbrio, mas omissão culposa, mediocridade pecaminosa. Muito cuidado! Há muitos paladinos do equilíbrio que puxam o fiel da balança para o seu extremo, fingindo neutralidade.
Numa briga entre um homem honesto e desprovido de meios e um bandido bem aparelhado, a neutralidade nada mais é que teatro e favorecimento do crime contra a moralidade e a justiça. #PenseNisso.