A Cicig é um mecanismo independente que investiga a corrupção em altas esferas do governo guatemalteco
O presidente guatemalteco, Jimmy Morales, disse nesta terça-feira (25) nas Nações Unidas que a Cicig, a comissão ONU que investiga a corrupção em seu país, é “uma ameaça” à paz na Guatemala”.
“A Cicig chegou a ser uma ameaça para a paz na Guatemala, montou um sistema de terror, um sistema no qual quem pensa diferente é perseguido, investigado”, queixou-se Morales em um duro discurso na Assembleia Geral da ONU, na qual não poupou críticas ao secretário-geral António Guterres.
Ele também acusou a Cicig de violar a Constituição política da Guatemala, “manipulando a Justiça”, “atentando contra a presunção da inocência e o processo devido”, e disse que seu chefe, o ex-juiz colombiano Iván Velásquez, “se intrometeu em assuntos internos do país, politizando a Justiça” e criando “uma atmosfera de instabilidade que chega a vulnerabilizar a segurança nacional”.
A Cicig é um mecanismo independente que investiga a corrupção em altas esferas do governo guatemalteco e que foi criado por comum acordo entre o país e a ONU em 2007.
Com o Ministério Público, a Cicig solicitou, em duas ocasiões, a retirada do foro do presidente Morales para investigar suspeitas de corrupção na sua campanha de 2015.
“O ideal de Cicig, lamentavelmente, se perdeu no âmbito da burocracia das Nações Unidas e no culto à pessoa”, indicou Morales em referência tácita a Iván Velásquez.
Morales proibiu a entrada de Velásquez na Guatemala em 4 de setembro.
Esta prevista para esta noite uma reunião de Morales e Guterres para discutir esse tema.
(AFP)