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Papa Francisco: levar em conta a dignidade do ser humano

POPE FRANCIS GENERAL AUDIENCE

Antoine Mekary | ALETEIA | I.MEDIA

Reportagem local - publicado em 27/09/18

“Um convite urgente a um novo diálogo sobre como estamos construindo nossa sociedade"

Tem início nesta quarta-feira (26/09), em Buenos Aires, na Argentina, o  Fórum inter-religioso G20 que prossegue até a próxima sexta, 28.

O Papa Francisco enviou uma mensagem aos organizadores e participantes do evento.

“Estas conferências inter-religiosas, no âmbito das reuniões da Cúpula do G20, desejam oferecer à comunidade internacional a contribuição de suas diferentes tradições e experiências religiosas e filosóficas para iluminar as questões sociais que hoje nos preocupam de modo especial”, ressalta o Pontífice.

Contribuição das religiões

“Estes dias de intercâmbio e reflexão, pretendem aprofundar o papel das religiões e sua contribuição específica na construção de um consenso, para um desenvolvimento justo e sustentável que garanta um futuro decente para todos.”

“Certamente, os desafios que o mundo enfrenta nesses momentos são muitos e complexos. Atualmente, enfrentamos situações difíceis que não só afetam muitos de nossos irmãos desamparados e esquecidos, mas ameaçam o futuro de toda a humanidade e os homens de fé não podem ficar indiferentes a essas ameaças”, afirma Francisco no texto.

“Pensando nas religiões, acredito que além das diferenças e pontos de vistas distintos, a primeira contribuição fundamental ao mundo de hoje é ser capaz de mostrar a fecundidade do diálogo construtivo para encontrar, juntos, as melhores soluções para os problemas que afetam a todos nós.”

Tecer relações humanas respeitosas

Segundo o Papa, “o diálogo que não significa renunciar à própria identidade, mas estar dispostos a sair ao encontro do outro, a compreender suas razões, a ser capazes de tecer relações humanas respeitosas, com a convicção clara e firme de que ouvir aquele que pensa de maneira diferente é, acima de tudo, uma ocasião de enriquecimento recíproco e crescimento na fraternidade”.

“Não é possível construir uma casa comum deixando de lado as pessoas que pensam diferente, ou o que consideram importante o que pertence à sua identidade mais profunda.”

“É necessário construir uma fraternidade que não seja de “laboratório”, porque “o futuro está na convivência respeitosa das diferenças, não na homologação de um pensamento único teoricamente neutro.”

O Pontífice frisa na mensagem que “diante de um mundo em que se afirma e se consolida um paradigma de desenvolvimento tecnocrático, com sua lógica de dominação e controle da realidade em favor de interesses econômicos e benefícios, as religiões têm um grande papel a desempenhar, graças a esse novo “olhar” sobre o ser humano, que vem da fé em Deus, criador do homem e do universo”.

“Toda intenção de buscar um autêntico desenvolvimento econômico, social e tecnológico, deve levar em conta a dignidade do ser humano; a importância de olhar para cada pessoa nos olhos e não como um número a mais de uma estatística fria.”

Para Francisco, “somos movidos pela convicção de que «o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida socioeconômica». Portanto, ofereçamos uma nova maneira de ver os homens e a realidade, não mais com um desejo manipulador e dominante, mas com respeito por sua própria natureza e sua vocação na Criação, «porque sendo criados pelo mesmo Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, uma comunhão sublime que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde».

Convite urgente a um novo diálogo

“Queridos amigos, desejo renovar mais uma vez, e diante desta assembleia qualificada, meu chamado para proteger a nossa casa comum mediante a preocupação por toda a família humana.”

“Um convite urgente a um novo diálogo sobre como estamos construindo nossa sociedade, na busca de um desenvolvimento sustentável e convencidos de que as coisas podem mudar.”

O Papa finaliza a mensagem, “lembrando mais uma vez que somos todos necessários neste trabalho, e que podemos colaborar juntos como instrumentos de Deus para proteger e cuidar da Criação, contribuindo cada um com a sua cultura e sua experiência, seus talentos e sua fé”.

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