O caos exerce um papel muito importante dentro da história de cada um que passa por ele, o aceita e entende o seu significado.
Ninguém gosta do caos e de todo o desequilíbrio emocional que ele causa. O caos pode se iniciar através de uma perda dolorosa, através do fim de um relacionamento ou até mesmo através de um sonho que não se realizou da forma como gostaríamos.
Podemos comparar o caos a um furacão que acontece dentro de nós. Furacão esse que vem destruindo aquilo que temos de melhor, deixando o que era colorido em escala de cinza, além de nos causar uma dor quase que insuportável pouco a pouco.
Porém, apesar da dor e devastação que o caos nos causa, é muito importante olharmos para o seu contexto e para o seu papel dentro da nossa própria história. O caos, apesar de parecer não trazer nada de bom, possibilita o contato com a nossa própria alma, ou seja, o contato com o que nós somos, de fato. É através dele que percebemos a falta de algo, a falta de nós mesmos.
Podemos nos perder de nós mesmos durante a vida inteira e, quando vamos nos deixando de lado, chegamos ao ponto de nos olharmos no espelho e não nos reconhecermos mais.
A falta desse reconhecimento pode ser considerado um dos maiores gatilhos para a depressão ou para quaisquer doenças que possam atingir a nossa alma no século XXI. Devemos nos lembrar sempre de quem somos e sentir orgulho por isso.
Sempre que pudermos, podemos parar por um minuto e restabelecer contato com nossa criança interior. Criança que nos dias de hoje anseia muito por nossa atenção, considerando o fato de que, apesar de ser criança, possui ensinamentos valiosos para nos relembrar daquilo que é realmente essencial em nossa caminhada durante esta vida.
Portanto, o caos é o mais importante, se não o único, capaz de nos fazer perceber quanta falta nós fazemos a nós, de nos instigar através da dor a irmos em busca de nós mesmos, e como consequência, de (re)estabelecer o contato com a nossa própria alma, com a nossa completude, novamente.
Por mais difícil e por mais doloroso que seja, tente perceber qual é o papel do caos em sua vida e o que ele quer te dizer. Se conseguir enfrentar a dor e a devastação de tê-lo por perto, aceitá-lo e interpretá-lo, sua vida será transformada e o contato com sua própria alma, restabelecido. Consequentemente, você será mais feliz.
Jung, em seu livro “The Red Book”, diz:
“No mundo interior, você não pode excluir nada com suas explicações, assim como você não pode se livrar do mar no mundo exterior. Você deve entender de uma vez por todas o que é o objetivo de suas explicações: a tentativa de buscar proteção. Eu aceitei o caos, e na noite seguinte, minha alma me visitou.”