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Por que a “positividade corporal” não é apologia da obesidade

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Adriana Bello - publicado em 29/09/18

Serve tanto para os homens quanto para as mulheres; e tem a ver com aprender a amar e aceitar a nós mesmos como somos

O movimento de positividade corporal vem aumentando há vários anos. Seu foco principal é simples: ame seu corpo exatamente como ele é, com seus pontos fortes e seus defeitos.

No entanto, é um conceito que se distorceu, já que levou algumas pessoas a celebrar a obesidade. A positividade corporal também pode acontecer para a mulher magrinha que odeia seu peito plano, ou para o homem que pensa que seus braços não possuem músculos definidos o suficiente.

Esse é outro ponto: gênero. Você acha que apenas as mulheres se sentem inadequadas à sombra de imagens publicitárias aparentemente perfeitas? Os homens também têm suas inseguranças – eles apenas as expressam com menos frequência e menos abertamente.

Outra interpretação errada envolve acreditar que tirar uma selfie em um maiô e mostrar celulite é a única maneira de demonstrar que você está em positividade com seu corpo. Enquanto uma imagem pode ser muito poderosa, o aspecto mais importante é acreditar em si mesmo, no que você vale, e acreditar que seu tamanho, sua cicatriz ou suas pernas magras não a definem. Somente se você realmente acredita nisso é que você pode compartilhar essa convicção com os outros.

A positividade corporal tem a ver com raça, tamanho, idade, desvantagens, fragilidades e todas as outras maneiras que um corpo pode manifestar. Alguns pensam que esse tópico é apenas um exagero, mas quanto mais estudos são feitos, mais descobrimos testemunhos de pessoas que pararam de ir à praia porque não queriam ser vistas em um maiô, ou pararam de usar saias ou shorts porque acham que suas pernas são feias, ou que não usam certa cor porque acham que não combina com o tom da pele, ou que não iniciam um negócio porque se sentem “muito velhas para isso”.

Não estou dizendo que você deve descuidar da sua aparência, ignorar sua idade ou pensar que nunca terá inseguranças, mas é importante para você não se sentir constantemente infeliz com a maneira como você se olha, não se torturar na frente do espelho e, certamente, não deixar de fazer as coisas que a fazem feliz porque seu corpo faz você se sentir ácida.

Não se deixe enganar pelas fotos de modelos no Instagram, onde a maioria usa aplicativos de retoque (é por isso que existem tantos filtros). Muitos também ganharam a loteria genética. Portanto, um abdômen plano e forte não significa que eles tenham uma vida mais feliz; é apenas a ponta do iceberg, e você não sabe o que está embaixo do mar.

Claro, ser parte da positividade corporal não é fácil. Como sociedade, temos sido julgados com base em aparências há um longo período de tempo. Mas, assim como existem “corpos perfeitos” nas redes sociais, também existem embaixadores do movimento da positividade corporal, como Ashley Graham, Any Body e Winnie Harlow, que ajudam.

A positividade corporal envolve trabalho lento e paciente. É construída no dia a dia, e alguns dias são mais difíceis do que outros. Trata-se de olhar para si mesmo no espelho e dizer que você se ama como você é – embora você não tenha tanta certeza disso naquele dia (não é uma questão de vaidade, mas de aceitação) – e de não deixar ninguém te atacar com base em aparências, ou destacar seus pontos fortes e não seus defeitos, de dar elogios a alguém que sofre das mesmas inseguranças que você, e se deixar inspirar pelo que é bom e bonito no mundo.

Não se deixe ser infeliz apenas porque você não se parece com o “homem ou mulher perfeita”. Como Coco Chanel disse: “Para ser insubstituível, você precisa ser diferente”. Então, não tente ser como todos os outros. Seja você mesmo, de uma forma única e irrepetível. Seja perfeitamente imperfeita. Seja você mesma.

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