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Presidente turco inaugura mesquita polêmica na Alemanha

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Agências de Notícias - publicado em 29/09/18

Muitos críticos da mesquita, especialmente a extrema-direita, apresentaram recursos contra a construção do edifício

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, encerrou neste sábado sua visita a Alemanha com a inauguração de uma das maiores mesquitas da Europa, na cidade alemã de Colonia, marcada por manifestações diante de uma grande presença de policiais.

Erdogan, muito religioso, inaugurou a mesquita neste sábado à tarde ao lado da esposa. O templo é um dos maiores locais de culto da Europa e foi financiado pela União Turco-Islâmica para Assuntos Religiosos (Ditib), estreitamente vinculada ao governo turco.

Esta foi a última etapa da visita de Estado do presidente turco, que tenta deixar para trás dois anos de tensão com a Alemanha. Em um discurso na mesquita, Ergogan disse que o balanço da viagem foi “muito frutífero”.

Na sexta-feira, Erdogan se reuniu com a chanceler Angela Merkel, antes de ser o convidado de um banquete que não contou com a presença de grande parte da classe política alemã, incluindo a chefe de Governo.

Os dois governantes voltaram a se encontrar neste sábado para um café da manhã, antes da viagem de Erdogan para Colonia.

Nesta cidade do oeste da Alemanha, o presidente turco voltou a pedir a Europa que lute contra os “terroristas” do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e os partidários do opositor Fethullah Gülen.

Erdogan voltou a manifestar apoio ao jogador de futebol alemão de origem turca Mesut Özil, “marginalizado” por sua origem, segundo o político. O jogador abandonou a seleção germânica e acusou parte da Federação de “racismo”.

O atleta se viu no meio de uma polêmica ao posar, em plena campanha presidencial turca, com Erdogan.

Quase 2.000 pessoas se reuniram em Colonia e exibiram cartazes com a frase “Erdogan não é bem-vindo”, o lema dos protestos.

“Posso entender que vá a Berlim, mas que venha a Colonia é uma provocação”, afirmou um dos manifestantes, identificado como Thomas, um alemão de 22 anos que disse defender a liberdade de imprensa.

“Quero ser a voz das pessoas que não podem sair às ruas na Turquia”, disse outro manifestante, Cansu, que viajou da Suíça para o protesto. “Erdogan pensa que tudo o que é diferente de sua opinião é terrorismo”.

– Minaretes de 55 metros –

A obra da mesquita começou em 2009 e, apesar de várias manifestações de protesto e controvérsias locais, os primeiros fiéis rezaram no templo em 2017, antes da inauguração oficial por Erdogan neste sábado.

Com minaretes de 55 metros de altura e uma grande cúpula de 36 metros, o edifício de cimento e vidro, que simboliza a abertura, de acordo com o arquiteto, é uma das maiores mesquitas da Europa, com uma superfície de 4.500 metros quadrados.

Situada no bairro de Ehrenfeld, perto da torre de televisão de Colonia, pode receber milhares de fiéis.

Muitos líderes políticos do estado de Renania do Norte-Westfalia não compareceram à inauguração, incluindo a prefeita de Colonia, Henriette Recker, e o chefe de Governo regional.

Recker critica a Ditib sobre a administração do edifício, de sua construção até a inauguração e funcionamento.

Vários políticos locais consideram este organismo um braço do regime de Erdogan, já administra 900 locais de culto na Alemanha com imãs procedentes da Turquia. E os detratores da organização acusam a Ditib de espionar opositores do presidente turco.

Muitos críticos da mesquita, especialmente a extrema-direita, apresentaram recursos contra a construção do edifício, pelo temor de um grande fluxo de muçulmanos à cidade.

Com a visita oficial, a Turquia, afetada por uma grave crise econômica e com relações abaladas com o governo dos Estados Unidos de Donald Trump, tenta aproximar-se da Alemanha, onde vivem três milhões de pessoas de origem turca.

(AFP)

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