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Quais etapas de preparação ao matrimônio?

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Vatican News - publicado em 30/09/18

Vale lembrar que na Familiaris Consortio o Papa João Paulo II oferece um esquema estruturado em etapas

Padre Douglas de Freitas Ferreira – Vatican News

Caros amigos e amigas, ouvintes da rádio Vaticano, bem vindos ao nosso quarto programa da serie que pretende ajudar na preparação à vocação do matrimonio a luz do Instrumentum Laboris para o próximo Sínodo dos Bispos que será dedicado aos jovens. No encontro passado falávamos do inicio do evento amor, que nasce de um encontro e transforma toda a vida. Hoje falaremos das etapas que nos ajudam a verificar a verdade do amor que deve levar até a promessa definitiva e o dom de toda a vida.

Vale lembrar que na Familiaris Consortio o Papa João Paulo II oferece um esquema estruturado em etapas que vai da preparação remota, passando pela preparação próxima até chegar a preparação imediata. Os nossos programas, especial de hoje, oferecemos um caminho dentro daquela que seria a preparação próxima e imediata.

Diante do futuro contemplado, que se constrói no presente concreto com a outra pessoa, está presente, portanto, a promessa. Ou seja, uma pessoa que deseja o matrimonio deve querê-lo para toda a vida. E por isso o processo da preparação é importante.

A milenar tradição da Igreja, e a reflexão dos santos, oferecem seguros caminhos para a reflexão, conforme apresentaremos adiante. É verdade que as relações humanas não são matemáticas, mas acredito que as etapas apresentadas se respeitadas e verificadas tenderá a gerar muitos e bons frutos.

Divididas em três: a primeira etapa é a da escolha do amigo, a segunda etapa a escolha do namorado (a), a terceira etapa a escolha do noivo (a). Todas as etapas estão dentro da luz do encontro amoroso da qual havíamos falado no encontro anterior.

Hoje, é dado claro, que na maioria das relações interpessoais não se verifica mais as etapas e é muito comum, por exemplo, pessoas que se envolvam sem nenhum compromisso em relações que buscando um prazer momentâneo, levam mais à insatisfação que a felicidade, sendo portanto necessário a multiplicação da experiência sem saber exatamente o que se sente, o que se experimenta dentro de si e, por isso, sem clareza do que se quer para o outro. É o chamado analfabetismo afetivo.

O amor não nasce na desordem ou na busca exagerada por uma pessoa, o amor nasce de uma inesperada admiração por uma pessoa e exige, por isso, um processo também respeitoso de aproximação, mesmo se a intensidade do afeto é forte.

A experiência do amor, contudo, não se reduz a puro afeto. Do encontro iluminante com a outra pessoa que mudou o modo pessoal de ver o mundo e o futuro, devo, antes de tudo, oferecer uma saudável amizade. Para tanto, se utiliza os meios de mediação tais como trocar o número de telefone, chamar para um evento onde se envolva os amigos (e por isso são importantes), até verificar se: o sentimento é verdadeiro (tendo o claro uso da liberdade, buscando verificar o sentido daquele sentimento e a intenção de fundo) em outras palavras é o momento de verificação se aquilo que sinto é verdadeiro e pode ser chamado de amor, ou se tem outra intenção por detrás. É o momento de verificar na realidade para onde o afeto está apontando.

O segundo passo naturalmente é o inicio do namoro. O ser humano, animal racional, é aquele que possui o dom da palavra, por isso é necessário perguntar: quer namorar comigo? É preciso expressar isso e é belo poder ouvir a resposta do outro.

Se negativa ou positiva, será sempre um ato de liberdade, o outro poderá dizer não, mas a intenção será clara, não se terá ilusão e se poderá escolher o caminho justo a seguir. O tempo do namoro é marcado pela busca da concórdia.

Se passa da verificação do amor (o dom de uma presença) à construção do amar (ato) que é: querer um bem para o amado. Aqui como bem observa Santo Tomas tem um duplo objeto: amar é querer, portanto, ato da vontade, e é um bem relativo ao amado. Não podemos querer todo o bem do mundo para uma pessoa, mas podemos querer um bem concreto que leve a pessoa a realizar-se até alcançar, de bem em bem, o fim último que é a felicidade.

É por isso que o tempo de namoro é o tempo de aprender a cuidar do bem da relação interpessoal, não a relação intima/sexual, e tempo de cuidar  da concordia, de descobrir se o outro quer o mesmo e rejeita o mesmo, fazendo uso da virtude da prudência e da castidade.

O terceiro passo é o do noivado, ali é a proposta do matrimonio, quer dizer que o sentimento foi verificado, a concordia foi estabelecida e agora pode entrar na fase de dizer sim para o sempre que o amor promete. É um momento importante para trabalhar as promessas do matrimonio que se aproxima: a fidelidade, a abertura para a doação total ao outro, a fecundidade e a educação dos filhos.

Se é o momento de se preparar para é hora de construir concretamente a casa, de preparar a celebração, de envolver mais intensamente os amigos e a família, evitando a convivência. Para o tempo do noivado, inclusive existe uma benção especial, que se faz em casa com o sacerdote a família e os amigos.

Todas as etapas, não esqueçamos se faz com oração, sacramentos, consultas à família, os amigos e o diretor espiritual.

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