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Brasil polarizado: o que pensam os eleitores de Bolsonaro e Haddad?

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Pedro França-Agência Senado-CC

Agências de Notícias - publicado em 04/10/18

A AFP conversou com os eleitores de ambos os lados e estes são seus testemunhos

O Brasil viverá neste domingo as eleições mais polarizadas das últimas décadas, entre o deputado de extrema direita Jair Bolsonaro e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, esquerda).

O que pensam aqueles que votam em um nostálgico da ditadura (1964-1985), do porte de armas e da “família tradicional”?

E aqueles que preferem Haddad, cuja referência é a era Lula (2003-2010), quando uma economia dinâmica permitiu promover programas de distribuição de renda que tiraram milhões de pessoas da pobreza extrema?

Lula cumpre desde abril uma pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. O líder, que era favorito nas pesquisas, afirma inocência e denuncia uma conspiração para impedir que a esquerda retorne ao poder.

A AFP conversou com os eleitores de ambos os lados e estes são seus testemunhos.

– Bolsonaro: Deus, segurança, ‘antichavismo’ –

“Eu acredito que o salvador da pátria é Deus. Não é que [Bolsonaro] seja o salvador da pátria, mas acho que ele é a pessoa melhor encaminhada, a pessoa mais correta para liderar o nosso país, porque é uma pessoa rígida. Neste momento, precisamos de uma pessoa que tenha atitudes radicais.

Eu apoio Bolsonaro porque ele é a favor de castrar os estupradores, de militarizar as escolas, de que o os professores sejam respeitados e de não ser atacado dentro da sala de aula”.

– Carlos Alberto da Silva, 50 anos, motorista de táxi no Rio de Janeiro

“Os brasileiros realmente estão cansados dessa violência e eu, como policial militar, sei muito bem disso. São incontáveis as perdas aqui no estado (do Rio de Janeiro). Perdi as contas de quantos enterros eu fui, de amigos, de colegas”.

– Ericky Tostes, subtenente da Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro

“Eu acredito que ele veio para somar, não para dividir. Quer governar o país de maneira que tenha um pouco mais de decência, um pouco mais de transparência, e eu acredito que ele vai conseguir”.

– Mônica Mantelli, 46 anos, advogada em São Paulo

“Se você for analizar os políticos atuais, só resta o Bolsonaro. Para você ter uma ideia, o Lula, em quem sempre votei, hoje tem um discurso chavista, um discurso alinhado com nossos vizinhos (venezuelanos) que acabaram se dando muito mal com a situação política, e o Lula apoia totalmente”.

– Marcelino Oliveira Pontes, 46 anos, vendedor de eletrônicos em uma feira no estado de Roraima

– Haddad… é Lula! –

“Para mim e para os estudantes que, como eu, entraram em programas sociais que nos deram acesso à universidade, os oito anos do governo Lula foram os melhores na história do país”.

– Artur Sampaio, 25 anos, estudante de Políticas Públicas para o desenvolvimento econômico e social do Rio de Janeiro

“As pessoas das classes média e baixa não tinham condições de vida. Vivíamos de restos e fomos reconhecidos como cidadãos. Pudemos estudar, ter um emprego, se aposentar”.

– Malvina Joana de Lima, aposentada

“Agora temos (à frente) um processo de reconstrução do país, porque estes dois anos de golpe [impeachment de Dilma Rousseff e do governo de Michel Temer] causaram estragos, transformaram o país em uma terra arrasada, pior do que quando Lula chegou à presidência”.

– João Martins, 53 anos, funcionário público do interior de São Paulo

“Lula foi condenado, mas não havia provas contra ele, eu o considero um prisioneiro político”.

(AFP)

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