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O que as crianças com doenças terminais pensam sobre a morte?

CHILD SICK

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Javier Fiz Pérez - publicado em 05/10/18

Como elas enfrentam a realidade da dor e do sofrimento?

Quando uma criança tem uma grave doença, é comum que ela atravesse diferentes etapas até se tornar consciente de sua realidade. A percepção da morte também varia segundo a etapa evolutiva a criança, as circunstâncias que a rodeiam e seus estados físico, cognitivo, verbal, emocional e social.

O importante, nesses casos, é que as crianças e adolescentes com doenças terminais contem com a presença afetuosa da família e da equipe médica que as atende. Isso vai fortalecer sua fé e lhe dar suporte nestes momentos difíceis e dolorosos para todos.

Durante a primeira infância

Na primeira infância, as crianças não conseguem compreender o que é a doença e respondem fundamentalmente à dor e ao mal-estar físico da enfermidade e do tratamento.

A criança também responde à separação forçada da mãe durante os períodos de hospitalização, bem como à presença de estranhos. Do nascimento aos 18 meses, o conceito de morte para a criança é a própria separação.

Dos 18 meses aos cinco anos

A partir dos 18 meses e até os cinco anos, a criança associa a morte ao sonho, à imobilidade e à ausência. Vida e morte são indissociáveis à presença e ausência. A morte, como ausência, está ligada à possibilidade de retorno.

Dos cinco aos 10 anos

Na idade escolar, a maioria das crianças começa a demonstrar curiosidade sobre a morte, a religião, as relações sociais e a arte, entre outras coisas.

Para a criança doente, a hospitalização pressupõe não só a separação dos pais, mas também dos amigos e do colégio. Ela se sente ameaçada e insegura.

O temor da mutilação predomina nesta etapa. As crianças têm medo que seus corpos fiquem marcados ou destruídos para sempre – seja pela doença ou pelo tratamento. É nesta etapa que a criança começa a pensar no verdadeiro conceito da morte.

Na pré-adolescência e na adolescência

Nesta etapa, o funcionamento cognitivo começa a ser formal e lógico. A enfermidade é vivida com amargura e ira devido ao isolamento e as limitações que ela impõe sobre o desenvolvimento da identidade do adolescente. O temor de perder o controle sobre as funções do corpo se acentua, assim como a vergonha por não ser igual aos colegas da mesma idade.

Nesta idade, a morte é encarada como o fim de toda a vida. Este caráter da universalidade da morte, que não perdoa ninguém, nem mesmo as crianças, é a noção mais difícil de integrar no universo conceitual da criança. Até então, a morte estava ligada à velhice e à violência.

Entretanto, os adolescentes agem como se fossem imortais e como se fosse pouco provável a morte atingi-los. Geralmente, manifestam fantasias de onipotência e se defendem da ameaça de morte. Como consequência, a negação é comum entre os adolescentes doentes.

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