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A religiosidade de Cristóvão Colombo foi fundamental para as suas conquistas

CHRISTOPHER COLUMBUS,SANTA MARIA

PD

John Burger - publicado em 08/10/18

Foi o lado religioso do explorador que o levou a buscar uma rota mais rápida para as Índias

Um motivo (pouco mencionado, é verdade) que impulsionou as viagens de Cristóvão Colombo foi sua profunda crença cristã no “fim dos tempos”.

Colombo decidiu ir para as Índias pelo oeste porque pensava que esta seria uma rota mais rápida. Mas qual era a razão de tanta pressa?

Segundo a Enciclopédia Britânica, Colombo acreditava que Satanás tinha se instalado nas Índias para perturbar a difusão do Evangelho e atrasar a segunda vinda de Cristo.

“Segundo os cálculos escatológicos, o momento da volta de Cristo estava muito próximo. Por isso, era necessário chegar às Índias pelo caminho mais curto possível para que o último baluarte de Satanás pudesse ser eliminado através das missões cristãs”, afirma a Enciclopédia.

A enciclopédia apresenta Colombo como um explorador com apetite voraz pelo ouro. Onde quer que ele fosse, parece que tinha mais interesse no metal precioso do que na salvação das almas.

No entanto, segundo Carol Delaney, autora do livro “Columbus and the Quest for Jerusalém” (“Colombo e a busca por Jerusalém”), o interesse dele pela riqueza não era para si próprio, mas por um propósito maior: financiar uma cruzada que arrebatasse Jerusalém das mãos dos muçulmanos antes do fim do mundo.

Delaney, que é antropóloga cultural e experiente professora da Universidade de Stanford, explicou em uma entrevista de 2017 para a revista Columbia:

“Muitas pessoas pensavam que o apocalipse estivesse próximo devido a todos os sinais: peste, fome, terremoto e outros. Acreditava-se que, antes do fim do mundo, Jerusalém deveria estar novamente nas mãos dos Cristãos para que Jesus pudesse voltar. [Colombo] parecia enfrentar toda a sua viagem com uma missão, uma parte do cenário apocalíptico.”

A glória e a fortuna pesavam muito na motivação de Colombo. Mas a fé também era uma grande parte de sua vida. Segundo o Christianity Today, Colombo calculou a extensão do Atlântico através de uma leitura do Segundo Livro de Esdras. O livro apócrifo afirma que Deus criou o mundo em sete partes: seis de terra seca e uma de água. Deste modo, Colombo calculou que o oceano que separava Portugal do Japão era 1/7 da circunferência terrestre, ou seja, 4 mil quilômetros. Assim, ele supôs que, navegando 130 quilômetros por dia, poderia chegar às Índias em 30 dias.

Apesar de seus defeitos, o Almirante do Mar Ocenao, como o chamou o historiador Samuel Eliot Morison, insistia em inculcar o hábito da observação religiosa nos homens de seus navios. Novamente, o Christianity Today aponta:

“Durante as viagens de Colombo, as tripulações dos barcos observaram ritos religiosos. Toda vez que o relógio girava em meia hora (o principal meio de medir o tempo), gritavam: ‘Bendita a hora do nascimento de Nosso Salvador / Bendita a Virgem Maria que o concebeu / e bendito seja João, que o batizou’. Eles também terminavam o dia cantando a Liturgia das Horas, embora, segundo consta, não fossem afinados”.

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