Durante a homilia na Missa celebrada em 11 de outubro de 2018 na Casa Santa Marta, o Papa Francisco falou sobre a oração.
Francisco explicou como devemos rezar e, para isso, recorreu à passagem na qual Jesus fala aos discípulos sobre um homem que bate à porta de um amigo à meia-noite para pedir comida.
A visita do amigo é inesperada. Ele reza com insistência e, deste modo, disse o Papa, o Senhor quer nos ensinar a rezar:
“Mas se reza com coragem, porque quando rezamos normalmente precisamos de algo. Um amigo é Deus: é um amigo rico que tem pão, tem aquilo de que necessitamos. É como se Jesus dizesse: “Na oração sejam invasivos. Não se cansem”. Mas não se cansem do quê? De pedir. “Peçam e lhes será dado”.
A oração é um trabalho
O Papa continuou afirmando que “a oração não é como uma varinha mágica”, não obtemos tudo o que pedimos. O pontífice afirmou ainda que não basta rezar duas vezes o “Pai-Nosso” e ir embora. E acrescentou:
“A oração é um trabalho: um trabalho que requer de nós vontade, exige constância, pede que sejamos determinados, sem vergonha. Por quê? Porque estou batendo à porta do meu amigo. Deus é amigo, e com um amigo eu posso fazer isto. Uma oração constante, invasiva. Pensemos em Santa Mônica, por exemplo, quantos anos rezou assim, com lágrimas, pela conversão do seu filho. O Senhor, no final, lhe abriu a porta.”
Francisco deu outro exemplo, contando um fato que ele mesmo testemunhou em Buenos Aires: um operário tinha uma filha que estava em fase terminal. Os médicos não tinham dado qualquer esperança. Ele então percorreu 70 quilômetros até o Santuário de Nossa Senhora de Luján. Chegou tarde da noite e o Santuário estava fechado. Mas ele rezou do lado de fora a noite inteira, implorando a Nossa Senhora: “eu quero a minha filha. Eu quero minha filha. O Senhor pode me dar”. E, quando na manhã seguinte voltou ao hospital, encontrou a mulher, que lhe disse: “Os médicos a levaram para fazer outro exame, não sabem explicar porque ela acordou e pediu para comer, e, agora, ela não tem nada, está bem, não corre mais perigo”. Aquele homem, disse o Papa, sabia como rezar.
Finalizando, Francisco lembrou que Deus nos dá sempre o que precisamos:
“É um amigo: dá sempre o bem. Dá mais: eu peço para resolver este problema e ele o resolve e dá também o Espírito Santo. Dá mais. Pensemos um pouco: como rezo? Como um papagaio? Rezo propriamente com a necessidade no coração? Luto com Deus na oração para que me dê aquilo de que necessito se é justo? Aprendamos deste trecho do Evangelho como rezar.”