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Os atrasildos da missa podem comungar?

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Reprodução/Catequista

O Catequista - publicado em 22/10/18

Em que momento da Missa é considerado tarde demais para qualquer pessoa que entre na Missa para receber a Comunhão?

Esse é aquele tipo de questão para a qual não podemos dar uma resposta tipo sim ou não. E o pior é que cada teólogo diz uma coisa!

Mas podemos informar vocês sobre os CRITÉRIOS para que cada católico julgue a si mesmo e veja se pode comungar ou não, em determinado dia em que chegou atrasado na missa.

Os católicos não têm obrigação de participar das missas que não são dominicais ou que não são em dias de guarda. Sendo assim, ainda que a pessoa chegue na missa somente na hora da Consagração, poderá comungar.

Porém, nos domingos e dias de guarda, a coisa muda totalmente de figura. O Catecismo (ponto 2042) lembra que o primeiro preceito é “Ouvir missa inteira e abster-se de trabalhos servis nos domingos e festas de guarda”. Missa INTEIRA, certo?

De acordo com a interpretação mais rígida dessa norma, quem chega atrasado na missa dominical e nas missas dos dias de guarda não cumpre o preceito, já que não assistiu à missa inteira. Precisa assistir a outra missa, no mesmo dia, INTEIRA, para poder comungar.

Ouço choro de gente lerda…

Porém, como a questão não fica explícita em nenhum documento da Igreja, outras interpretações mais flexíveis são normalmente aceitas.

E agora, quem poderá nos defender? Como dar uma reposta objetiva a esse problema?

Vamos recorrer a uma análise muito bem ponderada do Padre Edward McNamara, professor de liturgia no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em Roma (tradução livre nossa). Confira a seguir!

*****

Comunhão para quem chega atrasado na Missa?

(Communion for late arrivals at mass?)

Padre Edward McNamara

Fonte: Site da EWTN

Em que momento da Missa é considerado tarde demais para qualquer pessoa que entre na Missa para receber a Comunhão?

Como a maioria dos sacerdotes, eu não gosto de dar uma resposta direta a esta pergunta, porque, de certa forma, é uma pergunta para a qual não há uma resposta precisa.

É verdade que, antes do Concílio Vaticano II, alguns manuais de teologia moral colocavam a chegada antes do ofertório como linha divisória para decidir se cumpriu ou não a obrigação dominical de assistir à missa. Mas depois da reforma litúrgica, com a ênfase na unidade geral da Massa, teólogos modernos evitam tal exatidão.

A missa começa com a procissão de entrada e termina após a bênção final, e devemos estar lá do começo ao fim. Cada parte da Missa se relaciona e complementa as outras em um único ato de adoração, embora algumas partes, como a Consagração, sejam essenciais, enquanto outras são meramente importantes.

Dizer que há um momento particular antes ou depois do qual estamos “fora” do preceito ou “seguros” em cumprir o preceito, por assim dizer, é dar a mensagem errada e sugerir que algumas partes da Missa não são realmente tão importantes. Também pode dar a algumas almas menos fervorosas a ideia de que não há problema em chegar atrasados, até certo ponto da Missa.

Embora eu prefira não arriscar dar um momento de corte preciso, certamente alguém que chega após a Consagração não assistiu à Missa não deve receber a Comunhão. E se é um domingo, deve ir para outra Missa.

Chegar no tempo não é apenas uma questão de obrigação, mas de amor e respeito por Nosso Senhor que nos reuniu para compartilhar seus dons e que tem alguma graça para nos comunicar em cada parte da Missa. É também um sinal de respeito pela comunidade com quem adoramos e que merece nossa presença e a contribuição de nossas orações em cada momento. (…)

Assim, as pessoas que chegam tarde à missa têm de se perguntar honestamente: por que me atrasei? Se chegarem atrasados ​​devido a algum motivo justificado ou imprevisto, como o tráfego bloqueado devido a um acidente, agiram em boa consciência e não estão estritamente obrigados a assistir a uma Missa posterior (embora eles fariam bem em fazê-lo, se chegaram muito tarde e se for possível).

Da mesma forma, para muitas pessoas idosas, até mesmo chegar à igreja é uma odisseia, e não se deve pesar suas consciências contando os minutos.

Mas se as pessoas chegam tarde devido a negligência culposa, e especialmente se o fazem habitualmente, então elas precisam refletir seriamente sobre suas atitudes, emendar seus caminhos e, se necessário, buscar o Sacramento da Reconciliação.

Dependendo de como chegam tardiamente, elas podem preferir honrar o dia do Senhor participando de alguma outra Missa ou, se isso não for possível, pelo menos permanecer na Igreja depois que a Missa terminar e dedicar algum tempo à oração e reflexão sobre as leituras do dia.

(via Catequista)

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