Enquanto o ano letivo começa entre fevereiro e março no Brasil, o reinício das aulas costuma acontecer entre setembro e outubro na maioria dos países do Hemisfério Norte. O motivo é natural: eles também querem estar de férias durante o verão, que por lá vai de junho a setembro. E foi por ocasião do recém-aberto ano letivo 2018-2019 na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma que o Papa Francisco escreveu ao chanceler da histórica instituição católica de ensino, o cardeal Angelo De Donatis, para ressaltar a importância do novo curso oferecido pela universidade: o de Ciências da Paz.
Para o Papa Francisco, o novo currículo deverá ajudar a combater as “tragédias da guerra” mediante a prevenção e a resolução de conflitos, com iniciativas que proporcionem aos povos uma paz cultivada mediante o autêntico diálogo, focado em extinguir o ódio e superar o egoísmo e a autorreferencialidade.
Afirma o Papa:
“O desejo de paz que vem da família humana sempre contou com o esforço da Igreja para ajudar a libertar os homens e mulheres das tragédias da guerra e aliviar as suas perigosas consequências”.
Francisco recorda o trabalho diplomático da Santa Sé junto à comunidade de países, promovendo a resolução de conflitos com meios pacíficos e no respeito aos direitos fundamentais da pessoa.
O Papa destaca também a relevância da ampla rede de universidades eclesiásticas, cujo papel na diplomacia pode ser central:
“O humanismo integral precisa continuamente ser renovado e enriquecido”.
O curso de Ciências da Paz integra, por exemplo, as áreas de teologia, filosofia, direito, economia, história e sociologia, apoiando-se em cursos já ministrados pelas várias faculdades da Lateranense.
Ao exortar para que “seja garantida uma específica formação científica de sacerdotes, consagrados e leigos“, o Santo Padre recordou os também pontífices São João XXIII e São Paulo VI, descrevendo-os como “verdadeiros arautos da paz no mundo” e destacando que eles “muito contribuíram para o desenvolvimento do magistério neste campo“.