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O Papa Francisco e suas galinhas: duas histórias surpreendentes

CHICKEN SUNSET
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Reportagem local - publicado em 16/11/18
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Reflexões profundas e ao mesmo tempo fáceis de assimilar e compartilhar: duas lições extraordinárias do Papa por meio das galinhasUma ave comum e singela como a galinha pode ser uma excelente metáfora para nos levar a reflexões profundas e ao mesmo tempo fáceis de assimilar e compartilhar. Aqui vão duas ocasiões em que o Papa Francisco nos propôs meditações transformadoras a partir da figura da galinha:

1 – Deus: uma “galinha” que pode tudo, menos uma coisa

Jesus chora sobre Jerusalém. Uma cena impactante, imperscrutável, da vida de Cristo: Deus que chora! Foi a partir deste episódio que o Papa Francisco construiu uma das suas mais inesquecíveis e inspiradoras homilias. Profunda e ao mesmo tempo singela, a homilia de Francisco em 29 de outubro de 2015 nos recordará para sempre como é o amor de Deus pelos seus filhos – inclusive pelos piores dentre os seus filhos.

“Jesus chora sobre Jerusalém, a cidade que mata os profetas, aqueles que anunciam a sua salvação. E Deus diz para Jerusalém e para todos nós: ‘Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos como a galinha junta os pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste!’”.

Deus, esperando a resposta de cada filho ao seu amor! Deus ama a tal ponto que esse amor se transforma em sua “fraqueza”! Por amor, Ele não pode nos obrigar a corresponder. “Todo homem, toda mulher, pode recusar o presente” de Deus, observa o Papa Francisco. “Mas o presente está aí”. E o Papa enfatiza:

“Deus não pode ficar longe de nós. Esta é a ‘impotência’ de Deus! Deus é poderoso, pode fazer tudo! Menos uma coisa: ficar longe de nós”.

2 – São Filipe Néri e as penas da galinha

Para tornar ainda mais concreta uma reflexão que estava fazendo sobre a gravidade dos pecados da língua, como a fofoca, a calúnia, a maledicência, o Papa Francisco recordou, na homilia de 12 de maio de 2016, um famoso episódio da vida de um dos grandes sacerdotes da história da Igreja: São Filipe Néri.

Esse episódio nos conta de uma mulher que era muito maledicente. O pe. Filipe Néri já lhe tinha dado muitos conselhos para vencer esse vício, mas ela não superava o péssimo costume de falar mal dos outros. Diante disso, o santo resolveu dar a ela uma penitência inusitada: mandou que, quando a mulher matasse uma galinha para comer, pegasse as suas penas e saísse pela cidade espalhando-as ao vento. Depois de fazer isso, a mulher voltou achando que já tinha cumprido a penitência. Mas o pe. Filipe lhe disse:

– Agora você vai voltar pelas mesmas ruas onde lançou as penas ao vento e vai recolher uma por uma e trazê-las aqui. Sem perder nenhuma delas.

A mulher, assombrada, respondeu:

– Mas, padre, é impossível! O vento já espalhou todas as penas!

Foi então que o santo sacerdote gravou para sempre uma lição na mente daquela mulher e de milhões de pessoas que vieram a conhecer esta história: o mesmo acontece com a maledicência; uma vez espalhadas as fofocas, nunca mais é possível recolhê-las do alcance dos outros, porque o vento já as espalhou por incontáveis lugares. As consequências do mal que foi feito contra as pessoas são tão difíceis de apagar quanto é difícil recolher as penas que o vento foi espalhando por cantos e recantos que nem sequer imaginamos.

Em vídeo: da galinha para o Facebook

A primeira reflexão compartilhada neste artigo serviu como inspiração para o seguinte vídeo editado por Aleteia e disponível no Facebook: