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Nacionalismo agressivo está alimentando o ódio religioso

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Jeffrey Bruno

Ajuda à Igreja que Sofre - publicado em 23/11/18

Relatório sobre liberdade religiosa no mundo aponta que o Ocidente não está fazendo o suficiente para enfrentar nova crise de nacionalismo opressivo

Uma onda de nacionalismo agressivo em partes importantes do mundo é responsável pelo aumento da violência e outras intimidações contra minorias religiosas – e o Ocidente não está conseguindo transformar palavras de preocupação em ação, de acordo com o relatório “Liberdade Religiosa no Mundo – 2018”, realizado pela fundação pontifícia ACN (Ajuda à Igreja que Sofre). O estudo avaliou 196 países e conclui que o “ultranacionalismo” por parte de atores governamentais e não-estatais causou um aumento no ódio contra as minorias religiosas em potências regionais como Índia, China e Birmânia (Myanmar).

“Liberdade Religiosa no Mundo – 2018” sublinha o crescimento tanto da “islamofobia” como do antissemitismo no Ocidente. O editor-chefe do relatório, John Pontifex, resume as principais conclusões: “o ultranacionalismo agressivo – seja por governos linha-dura ou grupos extremistas violentos – significa que muitos grupos religiosos minoritários se sentem como estrangeiros em seu próprio país. Eles são alvos fáceis em uma nova era de ignorância e intolerância. É verdade que há alguns como os muçulmanos Rohingya, cuja situação recebeu a devida atenção no Ocidente, mas muitos outros – como os cristãos na Nigéria, os Ahmadis no Paquistão e os Bahá’ís no Irã – se sentem abandonados pelo Ocidente onde a liberdade religiosa caiu nos rankings prioritários de direitos humanos”, diz.

Editado a cada dois anos, o relatório aponta que o analfabetismo religioso, inclusive na mídia, e a falta de ação política no Ocidente exacerbou o problema, concluindo que muitos grupos minoritários religiosos sofrem por trás de uma “cortina de indiferença”.

“Liberdade Religiosa no Mundo – 2018” demonstra que a maioria dos governos ocidentais não conseguiu fornecer assistência necessária aos grupos religiosos minoritários, que pediram – eles mesmos – para permitir seu retorno ao norte do Iraque e em outros lugares, após a derrubada do grupo extremista Estado Islâmico (EI) e de outros grupos militantes.

A investigação da ACN descobre que a cobertura da mídia sobre o Islã militante se concentrou quase exclusivamente na luta contra o EI e grupos afiliados durante o período sob análise: de julho de 2016 a junho de 2018, e ignorou em grande parte a implacável expansão dos movimentos militantes islâmicos em partes da África, do Oriente Médio e Ásia.

De acordo com o relatório, um dos principais responsáveis pelo crescimento do extremismo é o crescente choque entre sunitas e xiitas, os principais ramos rivais do Islã.

No período de 25 meses, a situação dos grupos religiosos minoritários deteriorou-se em quase metade dos países classificados como tendo violações significativas da liberdade religiosa – 18 de um total de 38 países.

O agravamento da intolerância em relação às minorias religiosas significou que, pela primeira vez na história de 19 anos do relatório, dois novos países: Rússia e Quirguistão – foram colocados na categoria “discriminação”.

O relatório acrescenta que, em vários casos, como na Arábia Saudita e na Coréia do Norte, a situação já era tão ruim que, no período em análise, era virtualmente impossível que piorasse.

De volta ao Ocidente, o levantamento destaca um surto de ataques extremistas de militantes contra alvos no Ocidente. Tal terrorismo atingindo o coração das democracias liberais significa que a ameaça pode ser chamada de “terrorismo de vizinhança”, e o perigo de tais terroristas é “universal, iminente e sempre presente”.

Para ler o relatório completo, acesse: www.acn.org.br/relatorio-liberdade-religiosa

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