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Existem 2.158 bilionários no mundo – e eles estão ficando mais ricos

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Paul De Maeyer - publicado em 28/11/18

O United Bank of Switzerland (UBS) e a PricewaterhouseCooopers (PwC) informam que a riqueza deles cresceu 19% no ano passado

Nas últimas semanas, vários relatórios foram publicados descrevendo a pobreza e a riqueza no mundo. Em 17 de outubro, o Banco Mundial divulgou o Relatório de Pobreza e Prosperidade Partilhada de 2018. Apenas alguns dias antes, em 11 de outubro, a ONG alemã Welthungerhilfe publicou a edição de 2018 do Global Hunger Index.

Também em 26 de setembro, o grupo alemão Allianz lançou seu relatório global sobre a riqueza financeira das pessoas, intitulado Allianz Global Wealth Report 2018. E em 18 de outubro, a empresa suíça Crédit Suisse lançou a nona edição do Global Wealth Report 2018, que também se concentrou nos grandes ativos dos ricos e mega-ricos, incluindo bilionários.

Um quinto relatório chamado Billionaires Insights foi dedicado a bilionários e foi elaborado pela empresa de serviços financeiros UBS (maior banco da Suíça) e pela empresa de consultoria PwC.

8,9 trilhões de dólares

Para o relatório, os analistas da UBS e da PwC analisaram 2.158 bilionários de 43 países: das Américas; da Europa, Oriente Médio e África (EMEA – sigla para Europe, the Middle East and Africa); e da APAC, que é a região da Ásia-Pacífico, incluindo economias como Austrália, China, Índia e Cingapura. Segundo os autores, os dados representam aproximadamente 98% da riqueza global dos bilionários.

O relatório mostra que em 2017 os ativos agregados dos bilionários cresceram US$ 1,4 trilhão, atingindo US$ 8,9 trilhões. Segundo os autores, esse é um aumento de 19%, ou quase um quinto. Este é o “maior crescimento absoluto de todos os tempos” e “substancialmente mais alto” do que a média de 9% registrada nos últimos cinco anos.

A idade média desses mega ricos é de 64 anos – como revelam os dados contidos no relatório – com uma riqueza média de US$ 4,1 bilhões. Quase um terço dos 2.158 bilionários, ou 701, já ultrapassaram os 70 anos, o que significa que seus ativos passarão nas próximas duas décadas para seus herdeiros ou serão doados para obras filantrópicas.

O século chinês

Tudo indica que o mundo está testemunhando o que poderia ser definido sem qualquer exagero como “o século chinês”. Os dados relativos ao país mais populoso do mundo são de fato impressionantes.

No final de 2017, os autores do relatório apontam que o colosso asiático abrigava 373 bilionários – em 2006, havia apenas 16 e, em 2004, apenas dois -, dos quais 97% se tornaram bilionários por esforço próprio. Além disso, dos 332 novos bilionários informados em 2017, mais da metade, ou 199, se tornaram bilionários por esforço próprio, dos quais quase metade, ou 89, eram chineses.

No ano passado, os ativos agregados dos bilionários chineses aumentaram 39%, para US$ 1,12 trilhão, um valor equivalente ao capital do Swiss Market Index, que é o principal índice de ações da Suíça. Também em 2017, a China produziu mais de dois bilionários por semana.

Novo tipo de empreendedorismo

Embora a China tenha autorizado empresas privadas apenas em 1988, há apenas trinta anos, o país fez grandes progressos em pouco tempo. Isso também é demonstrado pelo fato de que quase um quinto, ou 17%, dos novos bilionários chineses fundaram seus negócios há menos de dez anos. Nos EUA, de acordo com o relatório da UBS e da PwC, foram apenas 7%.

Segundo os autores do relatório, a classe executiva chinesa se destaca de seus colegas no resto do mundo. O estudo descreve os bilionários do “Reino do Meio”, que têm uma idade média de 55 anos, como “incessantemente inovadores”, capazes de sempre “aproveitar novas oportunidades” para fortalecer suas empresas e sempre prontos para “se reinventar”.

“A cultura chinesa é diferente do resto do mundo, especialmente da UE”, disse um bilionário asiático, citado no relatório. “Na China, as pessoas trabalham mais e estão mais dispostas a experimentar por tentativa e erro”, explica ele. Isso torna os empresários chineses mais flexíveis e capazes de reagir mais rapidamente aos vários desafios, em comparação com os europeus, que “trabalham de maneira mais estruturada”.

Como lembra o relatório, no período 2016-2018, mais de cinquenta empresas “unicórnio” foram criadas na China, ou seja, empresas que conseguiram adquirir um capital de mais de um bilhão de dólares – um número de 62 empresas nos EUA conseguiram o mesmo.

O resto do mundo

Além disso, a China está movimentando toda a região APAC, que inclui não apenas as economias “desenvolvidas” da Austrália e do Japão, mas também as emergentes da Índia e da Indonésia. De acordo com dados do UBS e da PwC, a Ásia tem atualmente 814 bilionários e, ao longo de 2017, criou 177, com uma taxa impressionante de três por semana. A Índia tem atualmente 119 bilionários (+19 em comparação com 2016), enquanto a Indonésia tem 20 (o número permaneceu inalterado).

A cifra de 177 corresponde a um aumento de 14%, a proporção continua, ou seja, o dobro do crescimento europeu (7%) e quase o triplo do das Américas: 5%.

Em 2017, os ativos líquidos dos bilionários da região da Ásia-Pacífico aumentaram 32%, ou seja, quase um terço, para chegar a US$ 2,7 trilhões. “Nesse ritmo, eles serão mais ricos que seus pares americanos em menos de três anos”, relata o documento. Em 2017, os bilionários indianos, por exemplo, viram seus ativos crescerem 36%, chegando a US$ 440,1 bilhões.

Embora a Ásia agora já tenha mais bilionários do que os EUA, apesar disso, a maior concentração de riqueza “bilionária” permanece nas mãos dos EUA, mesmo que esteja desacelerando: ela cresceu apenas 12%, ou seja, a um ritmo bem abaixo da média global, para US$ 3,1 trilhões.

Em 2017, por um lado, 53 novos bilionários foram criados nos EUA – em 2012 ainda havia 87 – por outro lado, a Europa registrou 17 novos bilionários (um aumento de 4%), o número subiu para 414. A riqueza agregada deles cresceu 19%, até US$ 1,9 trilhão, graças também à valorização do euro em relação ao dólar.

Olhar atento de Pequim

Mesmo que os bilionários chineses “voem”, Pequim os vigia, sugere um artigo em alemão do jornal Neue Zürcher (27 de outubro). A atriz Fan Bingbing experimentou isso em primeira mão, lembra o jornal. Após uma ausência de três meses, a atriz voltou a aparecer em público no início de outubro, pedindo desculpas por ter evitado impostos e declarado estar pronta para pagar uma multa de cerca de US$ 130 milhões.

Mesmo a detenção em Pequim de um consultor na sede do UBS em Cingapura parece apontar na mesma direção: as autoridades chinesas monitoram de perto os ativos dos bilionários e, em particular, querem impedi-los de sair do país, mesmo em atividades offshore. De acordo com Patrick Ziltener, um especialista chinês da Universidade de Sankt Gallen, citado pela Neue Zürcher: “A China quer impedir uma fuga repentina de capital”.

Enquanto a moeda chinesa, o yuan, perdeu cerca de 10% de seu valor em apenas seis meses após a batalha comercial com os EUA, outro elemento que preocupa Pequim é a crescente desigualdade, como continua o jornal suíço. O 1% mais rico da população chinesa tem 30% dos recursos, o que é o dobro em comparação com 20 anos atrás. E enquanto os 10% mais ricos chegam a quase 70%, os 50% mais pobres caíram para 6%. Dados que, sem dúvida, preocupam Pequim.

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