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Para Macron, acordo comercial UE-Mercosul ainda está distante

MACRON,PRESS CONFERENCE

Alberto Pizzoli | AFP

Agências de Notícias - publicado em 30/11/18

Macron participará das reuniões dos líderes do G20 nesta sexta e no sábado

O acordo de livre comércio negociado há quase duas décadas entre a União Europeia e o Mercosul ainda está longe de ser concluído, afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, em uma entrevista ao jornal argentino La Nacion publicada nesta quinta-feira (29).

O presidente francês, que chegou à Argentina para participar da cúpula dos líderes do G20 na sexta-feira e sábado, também disse que a eleição no Brasil de Jair Bolsonaro como presidente terá um impacto sobre a busca de um acordo entre os dois blocos.

“A França é a favor de um acordo comercial de benefício mútuo entre a UE e o Mercosul. Temos, como na Argentina, sensibilidade agrícola, especialmente no setor de carne bovina. Progressos foram alcançados em muitas questões nos últimos meses, mas ainda não estamos em condição de concluir” um acordo, apontou.

A UE e os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) iniciaram há quase 20 anos negociações em busca de um acordo comercial, mas que foram adiadas por alguns anos.

A comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmström, sugeriu este mês que as negociações precisam de um “empurrão final”.

Macron também se referiu em sua entrevista com o La Nación à chegada de Bolsonaro ao poder no Brasil.

“A França mantém uma importante aliança estratégica com o Brasil e deseja que permaneça assim, no contexto dos valores democráticos. Esta nova realidade política no Brasil levanta preocupações fortes. É provável que tenha repercussões sobre as negociações comerciais entre o Mercosul e a UE”, estimou.

Bolsonaro, que tem um histórico de declarações que o apresentam como protecionista, tomará posse em 1º de janeiro precedido por um slogan de campanha no qual defende “o Brasil acima de tudo”. E, ao mesmo tempo, deixará a economia nas mãos de um ministro – Paulo Guedes – abertamente liberal.

Seus planos em matéria comercial – inclusive para o Mercosul, fundado em 1991 – são, por enquanto, uma incógnita.

Macron participará das reuniões dos líderes do G20 nesta sexta e no sábado e, dez anos após a criação deste fórum que reúne países desenvolvidos e emergentes, ele defendeu a adoção de medidas concretas para evitar o bloqueio das instâncias multilaterais.

“Nós não devemos esconder a gravidade da situação, o que está em jogo é o bloqueio dos fóruns multilaterais, como o G20, em torno dos dois grandes desafios do mundo de hoje, que são também os principais pontos de tensão: o clima e comércio”, apontou.

“Se não mostrarmos progressos concretos, nossas reuniões internacionais vão se tornar inúteis e até contraproducentes”, observou o presidente.

Macron se reunirá nesta quinta-feira com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, na Casa Rosada (governo), e dará uma conferência de imprensa conjunta.

(AFP)

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