Freiras e religiosos coordenados em 76 países atacam uma das mais brutais e vastas formas de escravização contemporâneaA frase “Talitha Kum” aparece no Evangelho de São Marcos, capítulo 5, versículo 41. Traduzida do aramaico, a expressão significa “Menina, eu te ordeno, levanta-te”.
São as palavras que Jesus dirigiu à filha de Jairo, uma menina de 12 anos que, mesmo tendo experimentado o toque da morte, se levantou imediatamente após essas palavras do Filho de Deus e começou a andar.
Talitha Kum é também o nome de uma corajosa rede internacional formada por religiosas e religiosos que combatem o tráfico de pessoas mediante o intercâmbio de informações e a execução de operações em 76 países.
Fundada em 2009 para coordenar e fortalecer as atividades da vida consagrada nos cinco continentes contra o tráfico humano, a rede escolheu o seu nome daquela expressão de Cristo porque ela define bem a sua identidade: “Menina, levanta-te” sintetiza o poder da compaixão e da misericórdia e o desejo profundo de dignidade e de vida, adormecido e ferido pelas muitas formas de exploração de seres humanos indefesos.
A rede acaba de realizar em Roma um encontro intitulado “Talitha Kum na África: as religiosas protagonistas contra a escravidão moderna”. Nesse evento, a irmã Gabriella Bottani, coordenadora da rede, enfatizou que “é ilusão achar que não se pode fazer nada“.
“O medo que nos é incutido dá uma força incrível às organizações criminosas, mas a força do bem vai contra a dinâmica do medo. Não tenhamos medo porque podemos verdadeiramente mudar e descobrir o valor das pessoas. Precisamos da convivência no respeito da humanidade; precisamos de uma sociedade onde todas as pessoas possam ser reconhecidas na sua dignidade”.
Também participou do encontro a coordenadora regional da sessão de Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Flaminia Vola, que declarou:
“O tráfico de pessoas tira a dignidade e identidade do indivíduo. Torna-os mercadoria para a vantagem de alguns. Se quisermos realmente eliminar o tráfico de pessoas, a própria sociedade deverá mudar. Quem gera a necessidade de serviços ligados à exploração das vítimas do tráfico é pessoalmente responsável pelo impacto destruidor do seu comportamento sobre outros seres humanos e pela consequente violação dos valores morais”.
Ela destacou ainda o “limite cada vez mais sutil entre o tráfico de migrantes e o tráfico de pessoas”.
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Com informações do Vatican News