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Boeing e Embraer ratificam aliança e esperam decisão do governo

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Agências de Notícias - publicado em 17/12/18

O acordo prevê que a Boeing assuma o controle das atividades civis da Embraer

A fabricante aeronáutica americana Boeing e a brasileira Embraer anunciaram nesta segunda-feira a ratificação de sua aliança e indicaram que esperam a aprovação do governo brasileiro para formar um grupo líder na aviação comercial, avaliado em US$ 5,26 bilhões.

“A Embraer e a Boeing aprovaram os termos da parceria estratégica que irá possibilitar ambas as empresas a acelerar o crescimento em mercados aeroespaciais globais”, afirmaram as duas empresas em comunicado conjunto.

O acordo prevê que a Boeing assuma o controle das atividades civis da Embraer por US$ 4,2 bilhões, o que lhe dará o controle sobre 80% do capital do novo grupo. Os 20% restantes ficam nas mãos da brasileira.

Os setores da defesa e da aviação executiva da Embraer ficam de fora do acordo, alcançado em julho.

“A parceria está sujeita à aprovação do governo brasileiro, após o que as empresas deverão assinar o acordo” e submetê-lo à aprovação de seus respectivos acionistas e às autoridades regulatórias da concorrência no Brasil e nos Estados Unidos.

Com sede em São José dos Campos, a Embraer foi privatizada em 1994, mas o governo conservou um poder de veto em questões estratégicas, o “golden share”.

Segundo o comunicado, a sede do novo grupo será no Brasil, mas a Boeing terá “controle operacional e de gestão da nova empresa”, que responderá diretamente a Dennis Muilenburg, presidente e CEO da Boeing. Mesmo assim, a “Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil”.

“A expectativa é que a parceria não terá impacto no lucro por ação da Boeing em 2020, passando a ter impacto positivo nos anos seguintes. A joint venture deve gerar sinergias anuais de cerca de US$ 150 milhões – antes de impostos – até o terceiro ano de operação”, afirma o comunicado.

As ações da Embraer na Bovespa chegaram a subir mais de 5% após o anúncio.

Um juiz federal de São Paulo suspendeu, em 6 de dezembro, as negociações entre as duas empresas, alegando que uma decisão deste porte precisaria ser adotada pelo futuro presidente, Jair Bolsonaro, que assumir em 1 de janeiro.

Quatro dias mais tarde, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) cassou a liminar que suspendia o processo de fusão entre as fabricantes.

A Embraer é a terceira maior fabricante aeronáutica do mundo, com faturamento de cerca de 6 bilhões de dólares e 16.000 funcionários.

Privatizada em 1994, é uma das joias industriais do Brasil, com uma gama de jatos civis, militares e também de negócios.

O protocolo de acordo foi anunciado alguns dias após a aliança selada entre a Airbus e a canadense Bombardier para fabricar as aeronaves de médio alcance C Series, concorrentes dos aparatos da Embraer.

(AFP)

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