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Como era o Natal do Papa antes de ser Papa?

Bergoglio nella metro di Buenos Aires – fr

© DR

Reportagem local - publicado em 17/12/18

Descubra como e com quem o arcebispo de Buenos Aires costumava passar a noite de Natal e o que ele fazia no dia 25 de dezembro

O então Cardeal Bergoglio costumava celebrar a “Missa do Galo” sempre às 21h na catedral de Buenos Aires.

Natal com amigos judeus

Conforme a jornalista Silvina Premat, do jornal argentino La Nación, o Cardeal Bergoglio compartilhou alguns Natais nos anos imediatamente anteriores à sua eleição pontifícia com Claudio Epelman, diretor do Congresso Hebraico Latino-Americano, e Alberto Zimerman, tesoureiro da Delegação das Associações Israelitas Argentinas (DAIA). Acabada a Missa, os convidados compartilhavam com o cardeal “um modesto jantar com bebidas e lanches de queijo sem presunto, para respeitar os costumes judaicos”, e fazia-se o brinde natalino.

Era tudo muito simples”, confirma Epelman, cuja relação com Bergoglio remonta à Conferência de Aparecida, em 2007. Epelman contou à jornalista que foi até a catedral de Buenos Aires, no Natal de 2007, para cumprimentar o cardeal Bergoglio. “No ano seguinte, poucos dias antes do Natal, falamos pelo telefone e ele me disse: ‘Imagino que você virá este ano, não é mesmo?’.” E ele foi, junto com Zimerman.

É bastante significativo e “típico” do Papa Francisco celebrar o Nascimento de Jesus com dois judeus, em uma das suas milhares de iniciativas voltadas a fomentar uma aproximação amistosa e ao mesmo tempo clara com outras religiões.

O último Natal antes de ser Papa

Sobre o último Natal de Bergoglio em Buenos Aires, em 2012, a homilia costuma circular pela mídia argentina em todos os Natais seguintes. Foi breve: 51 linhas, pouco mais de 600 palavras, dedicadas sobretudo a comentar a passagem evangélica do “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.

“Esta é uma mensagem que, depois de vinte séculos, continua sendo válida diante da petulância, da prepotência, da suficiência, da agressão, do insulto, da guerra, da desinformação que desorienta, da difamação e da calúnia”.

O Pe. Alejandro Russo, encarregado da catedral metropolitana, recorda que Bergoglio também convidou quatro senhoras que colaboravam com os padres. “Elas prepararam arroz, frango, ovos recheados e salada. Na sobremesa, tomaram sorvete e brindaram com espumante”.

O “mistério” do dia 25

Sobre como ele passou o dia 25 de dezembro de 2012, as versões se dividem e o “mistério” é mais denso. Ele era visto e ouvido na rádio e na televisão do arcebispado, Canal 21, mas não se sabia onde realmente poderia estar o cardeal Bergoglio em pessoa; a jornalista de La Nación apresenta o testemunho de uma pessoa próxima do arcebispo, que não quer identificada.

“Sabemos aonde ele foi na Quinta-Feira Santa, mas não sabemos sobre o dia 25 de dezembro. Ele não esteve em casa e que pediu que o vigário geral celebrasse a Missa do dia do Natal. Mais tarde, soubemos que ele tinha ido à cadeia visitar os presos, depois foi a um hospital ver os doentes e também a um bairro pobre”.

Silvina Premat prossegue:

“Poucos sabiam que Bergoglio sempre dedicava o dia 25 de dezembro, assim como todos os domingos da Páscoa, a visitar também os sacerdotes idosos ou doentes que moravam na casa sacerdotal do bairro Flores, onde ele mesmo tinha reservado um quarto para quando se aposentasse como arcebispo”.

Para alguns, ele levava imagens com uma frase; a outros, entregava uma carta pessoal; outros ainda recebiam uma garrafa de vinho ou pratos como porco ou outra carne que o cozinheiro preparava para este dia.

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A partir de artigo publicado, em italiano, pelo blog Terre D’America

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