Ter projetos conjuntos pode revitalizar um casal, porque permite que os cônjuges compartilhem o entusiasmo para alcançar um objetivo comum.
Um projeto pode ser algo tão simples quanto uma ida ao cinema (não tão simples quanto parece, se você tiver crianças pequenas), ou tão importante quanto planejar férias em família ou comprar uma casa.
Mas o que você faz se você tem um projeto pessoal que não se encaixa perfeitamente no projeto conjunto? E se nossos desejos forem inatingíveis? Conversamos com a conselheira matrimonial cristã Emmanuelle Bosvet.
O primeiro projeto é o casal em si
Bosvet enfatiza que o projeto central que qualquer casal deve ter é que o casamento esteja vivo e florescente. Ambos os cônjuges precisam estar a bordo e profundamente comprometidos com isso. Em Amoris Laetitia, o Papa Francisco diz: “[Ao] unir suas vidas, os cônjuges assumem um papel ativo e criativo em um projeto ao longo da vida”. Só quando o casal tiver estabelecido que pretende durar, outros projetos juntos podem ser previstos.
“Mas isso não é tão óbvio quanto parece”, explica Bosvet, “porque projetar-se no futuro, no desejo de ter um filho ou comprar uma casa, por exemplo, assume a expectativa de que o casal vai durar, e isso nem sempre acontece”.
Enquanto os votos de casamento exigem a intenção de permanecer juntos para sempre, isso não é algo que acontece automaticamente. O casal precisa estar ciente do fato de que as pessoas mudam com o tempo, e seu compromisso com o outro precisa ser mantido e renovado conscientemente. É aqui que os projetos do dia a dia podem ajudar a apoiar o projeto principal, o casamento em si.
Projetos constroem um relacionamento de sucesso
Assumir projetos juntos ajuda o casal a se envolver de forma plena e concreta: ter filhos, comprar uma casa ou organizar uma viagem são os tipos de objetivos que ancoram os cônjuges em uma base concreta, em vez de apenas um apego emocional e prazeroso. Isso torna o casal mais seguro e estável. Segundo Bosvet, os projetos nascem quando o casal está cheio de vida, quando prestamos atenção aos desejos do outro e compartilhamos nossos próprios desejos.
Um dia de cada vez
Durante suas sessões, a conselheira matrimonial pede que seus pacientes vivam no momento presente. Um projeto pode ser planejado no dia a dia; por exemplo, abordando a questão “Como posso cuidar do meu relacionamento hoje?”. Não se trata de planejar ser o casal perfeito em 10 anos. É agora que conta. “Concentre-se no dia de hoje”, aconselha Bosvet. “Certamente, os casais são construídos graças a grandes projetos, mas também aos pequenos, como ‘O que faremos esta noite?'”.
Desejos pessoais x um projeto conjunto
Um projeto revela nossas expectativas e nossos desejos mais profundos. É um reflexo da nossa personalidade e aspirações. Bosvet enfatiza a importância de conhecer a nós mesmos, nossos próprios desejos e motivações, para poder chegar a um acordo com nosso cônjuge.
Por exemplo, o marido herdou a casa de seus pais em sua cidade natal. Ele realmente quer voltar para a casa que está tão perto de seu coração, e ele não vê nenhum obstáculo. Ele diz a sua esposa: Você não deve contestar; você não tem outros planos”. Na realidade, o plano de sua esposa era ficar onde eles estão. Nenhuma decisão importante ou projeto deve ser realizado sem uma conversa prévia em que ambos os cônjuges tenham a chance de dar a conhecer seus desejos e projetos pessoais. De fato, “falar de nossos desejos pessoais nos permite incorporá-los em nossos projetos como um casal e viver uma vida individual e conjugal”, explica Bosvet.
“O tempo é seu amigo”
Às vezes acontece que um dos cônjuges de um casal não gosta de aceitar novos projetos, e o outro o censura por nunca tê-los feito. Também pode ser o caso de um cônjuge ter mais influência sobre o outro, mais força de convicção e mais ideias. Em ambos os casos, “o tempo é seu amigo”, aconselha Bosvet.
Algumas pessoas precisam de mais tempo para falar de suas esperanças e ideias; outros precisam de tempo para aceitar um projeto que à primeira vista parece um pouco maluco ou irrealista; eles podem achar difícil aceitar a princípio, mas podem eventualmente encontrar o caminho para oferecer seu apoio. Não é uma questão de um dos cônjuges obrigar o outro a aceitar um projeto, mas de esperar que eles concordem livremente, se e quando estiverem prontos.
Tenha sonhos
Bosvet é realista: “Nem todo projeto vai se concretizar; alguns nunca serão mais que um sonho. Mas isso não é um problema. É bom ter sonhos”. Não é necessário ter todos os mesmos sonhos que o cônjuge; no entanto, é necessário conhecer os sonhos um do outro e conversar sobre eles um com o outro, para poder respeitá-los e, às vezes, até mesmo para embarcar com ele.