A economia turca foi submetida a uma forte pressão desde a crise monetária em agosto
Milhares de pessoas tomaram neste sábado (22) as ruas de Istambul para protestar contra o aumento do custo de vida e a grave inflação na Turquia.
Cercados de um forte dispositivo policial, os manifestantes exibiam cartazes com referências ao movimento francês dos “coletes amarelos”, que começou com uma manifestação contra o aumento no preço dos combustíveis e acabou virando um protesto antigovernamental, constatou um correspondente da AFP.
A manifestação, organizada pelo KESK, uma confederação de sindicatos de funcionários públicos, atraiu pessoas de toda a Turquia, inclusive das províncias do noroeste de Edirne, Bursa e Yaloba, segundo a mesma fonte.
Foram ouvidas palavras de ordem como “trabalho, pão, liberdade” e também pôde-se ver cartazes com frases como “a crise é sua, a rua é nossa” ou “Haziran”, que significa junho em turco.
Junho faz referência às manifestações em massa de 2013 contra o governo do presidente Erdogan, desencadeadas por um movimento de protesto contra um projeto de reurbanização do parque Gezi, em Istambul.
O protesto deste sábado ocorre quase uma semana depois de milhares de pessoas protestarem em outra marcha contra o custo de vida na cidade de Diyarbakir, no sudeste da Turquia.
A economia turca foi submetida a uma forte pressão desde a crise monetária em agosto e a inflação atingiu 25,24% em outubro, um máximo em quinze anos. Embora tenha caído a 21,26% em novembro, o custo de vida segue elevado.
Desde o começo do ano, a lira perdeu cerca de 22,5% de seu valor perante o dólar americano.
(AFP)