Limbo? O que a Igreja ensina sobre isso?Antigamente, dizia-se que as crianças que morrem antes de ser batizadas vão para o limbo. Agora já não se afirma isso: se buscarmos referências ao limbo no Catecismo da Igreja Católica, não encontraremos nenhuma.
A existência do chamado “limbo” nunca foi uma verdade de fé. Era uma solução teológica para um problema que se apresentava diante das crianças que morriam sem receber o sacramento do Batismo.
Pensava-se que elas não poderiam ir ao céu, porque a graça é um dom gratuito que se recebe com o Batismo – pelo menos de desejo – e, ao não recebê-lo, não poderiam ter acesso à glória. Ao mesmo tempo, tampouco poderiam ir ao inferno (nem ao purgatório), porque a estes lugares só se vai devido aos pecados cometidos, e neste caso não havia pecados.
A conclusão foi que teriam de ir a um lugar diferente dos anteriores, no qual gozariam de uma espécie de felicidade natural, sem a glória. E esse lugar foi chamado de limbo.
Semelhante raciocínio parecia ter lógica, mas, com o tempo, surgiram mais problemas do que os que se pretendia solucionar. Na Revelação, é clara a vontade salvífica universal de Deus com relação ao ser humano, e que o único fim do homem é o sobrenatural, a glória.
É possível rejeitar a glória e ficar sem ela por toda a eternidade, mas o que não parecia lógico era pensar que existem seres humanos que não têm acesso à glória sem culpa da sua parte. Isso seria o mesmo que dizer que Cristo não morreu por todos.
E então?
O único que se pode dizer é o que aparece no número 1261 do Catecismo da Igreja Católica: “Quanto às crianças que morrem sem Batismo, a Igreja não pode senão confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito do respectivo funeral.”
E continua: “De fato, a grande misericórdia de Deus, ‘que quer que todos os homens se salvem’ (1 Tm 2, 4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que o levou a dizer: ‘Deixai vir a mim as criancinhas, não as estorveis’ (Mc 10, 14), permitem-nos esperar que haja um caminho de salvação para as crianças que morrem sem Batismo. Por isso, é mais premente ainda o apelo da Igreja a que não se impeçam as criancinhas de virem a Cristo, pelo dom do santo Batismo”.
Este trecho do Catecismo é melhor maneira de expressar o pensamento da Igreja sobre o tema.