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Você sabia que a pílula pode causar depressão e ansiedade?

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Unsplash | CC0

Calah Alexander - publicado em 06/01/19

Como adolescente não-católica, eu não sabia disso - na verdade, disseram-me que o oposto era verdadeiro

Aos 19 anos, época em que eu não era católica, eu não tinha consciência dos efeitos negativos da pílula. Na verdade, estava de fato segura de que não havia efeitos negativos, apenas positivos. Segundo o médico, a pílula acabaria com minha cólica, reduziria minha acne e “controlaria as mudanças de humor”.

Mas mudanças de humor não eram algo a que eu estava propensa no momento. Eu amava a faculdade, as aulas e estava de fato delirantemente feliz com a vida. Mas isso mudou depois que comecei a tomar a pílula. Não foi dramático – foi mais uma queda lenta, uma perda gradual de interesse em aulas que levavam a dormir mais, pular aulas, e minhas notas caíram levemente.

Como prometido, minha cólica diminuiu e minha acne melhorou um pouco, mas comecei a ganhar peso. Foi o ganho de peso mais do que qualquer coisa que me levou a parar de tomar a pílula seis meses depois de ter começado.

Na época, eu não conectei o aumento no meu humor e melhora nas minhas notas durante o segundo semestre do meu segundo ano, mas olhando para trás, está claro que a pílula havia alterado meu estado mental durante o breve período em que a tomei.

Eu tive sorte. Os efeitos colaterais mentais da pílula foram, no meu caso, tão sutis que passaram quase despercebidos, exceto em retrospecto – mas muitas outras mulheres não têm tanta sorte. Um novo documentário da BBC Two examina os efeitos negativos generalizados da pílula sobre a saúde mental, concentrando-se particularmente na ética problemática de prescrever uma medicação com conhecidos efeitos colaterais negativos que não trata nem previne doença.

Uma pesquisa conduzida pela equipe responsável pelo documentário, intitulada The Contraceptive Pill: How Safe Is It? (A pílula anticoncepcional: quão segura é?), descobriu que uma em cada quatro mulheres que tomam pílula disseram que ela afetou negativamente sua saúde mental. Danielle, 31 anos, é uma dessas mulheres. Falando no episódio do Horizon, ela relembra como seus efeitos colaterais foram “completamente debilitantes e aterrorizantes”, acrescentando que ela nunca experimentou uma saúde mental ruim antes de tomar a pílula. “Eu mudei de um estado bom a um estado de ter pensamentos suicidas dentro de seis meses”, acrescenta ela… A Dra. Zoe Williams, que apresenta o documentário, explica que todos os medicamentos têm efeitos colaterais em potencial, mas a pílula é diferente da maioria porque é tomada por mulheres que estão bem, em vez de prevenir ou tratar doenças ou enfermidades. “Portanto, os efeitos colaterais que impactam significativamente na qualidade de vida, de maneira negativa, não são aceitáveis”, ela diz ao The Independent.

Um dos maiores problemas com a pílula é que a depressão e a ansiedade, efeitos colaterais bem conhecidos da progesterona, não são mencionados na literatura distribuída com ela. Em vez disso, o primeiro efeito colateral potencial listado é “mudanças de humor”, o que poderia significar qualquer coisa. É quase como se os fabricantes da pílula estivessem tentando esconder os sérios efeitos colaterais da pílula.

Este é um problema real, particularmente com algo tão amplamente prescrito como controle de natalidade. Eu sabia que as meninas estavam tomando pílula para tudo, desde acne até endometriose. Como eu, elas foram asseguradas por seus médicos de que a medicação estava virtualmente livre de riscos, e na verdade veio com uma série de benefícios positivos.

Fico feliz em ver essa pesquisa chegando ao público, porque inúmeras mulheres jovens merecem saber que o controle da natalidade não é inofensivo, nem é consistentemente benéfico.

Independentemente de suas crenças e moralidade, as mulheres jovens merecem saber que as pílulas que estão sendo fornecidas podem causar mais mal do que bem.

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Bem estarMulherSaúde
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