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Católicos e balada: #partiu?

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Glazok90/Shutterstock

O Catequista - publicado em 11/01/19

Qual é a posição da Igreja em relação aos jovens católicos em festas e baladas do mundo?

Qual é a posição da Igreja em relação aos jovens católicos em festas e baladas do mundo? Vale aquela ideia de que “posso ir numa boate, tudo bem, é só ser cristão lá…”? É sobre isso que vamos refletir aqui.

As festas e baladas “do mundo”, em geral, NÃO são condenadas pela Igreja (estamos falando de festas normais, não de inferninhos com show de striptease). Se fossem condenáveis, certamente tal advertência estaria exposta no Catecismo. Afinal, o papa e bispos sabem que muitos jovens católicos de todo o mundo gostam de sair à noite para dançar e se divertir, e fazem isso com a consciência tranquila.

Sei que vai ter gente aqui nos comentários citando São João Maria Vianney, que aboliu os bailes na cidade de Ars, e via as danças sempre como algo pecaminoso (conheça seu sermão sobre os bailes aqui).

Porém, como Mãe, a Igreja jamais deixaria de alertar os jovens de modo claríssimo, caso frequentar festas “do mundo” fosse pecado. E, se a dança em si fosse algo mau, os dois últimos papas não teriam recebido grupos de dança no Vaticano, e muito menos demonstrariam prazer em ver suas apresentações (Bento XVI acompanhava muitas danças com palmas ritmadas).

Entretanto, não podemos ser ingênuos e pensar: “vou às festas que eu quiser, não há problema, basta ser cristão lá!”. Não é bem assim! Há festas e festas; há jovens católicos maduros e jovens católicos que ainda estão dando os primeiros passos na fé; há companhias e companhias para a night

São Francisco de Sales dizia: “As danças e os bailes são coisas de si inofensivas; mas os costumes de nossos dias tão afeitos estão ao mal, por diversas circunstâncias, que a alma corre grandes perigos nestes divertimentos” (livro Filotéia). Essas palavras estão de acordo com o que dissemos aqui: as festas do mundo não são más em si, mas não podemos fingir que não sabemos quanta “eme” o povo faz nos agitos. Mesmo os católicos que se consideram bons devotos!

Às vezes, olhamos a nossa fé, o cristianismo, como um conjunto de regras a seguir. Não! Cristo nos dá amor pelo bem e pela verdade, de forma que, em qualquer situação, possamos, com a luz do Espírito Santo, julgar o que é bom e o que é mau para a alma.

Então, se nas festas você costuma agir como um pagão, certamente é uma coisa má. Se você entra na ondinha de se embebedar, de se drogar, de “ficar” como se o outro fosse um pedaço de carne, sem verdadeiro afeto e nenhum compromisso… Aí, amigo, o melhor mesmo é você evitar essas ocasiões de pecado. Sem falar, no caso das meninas, da tentação de aderir ao uniforme de piriguete.

Mas se você, com sinceridade, percebe que não trai a sua identidade cristã ao ir em determinadas festas, então… HAVE FUN!

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Vou dar o meu testemunho. O período em que eu comecei a frequentar a Igreja – aos 15 anos – coincidiu com a fase em que eu comecei a sair à noite com um grupo de amigos não-católicos. Em muitos pontos, isso não foi legal. Não impediu a minha conversão, nem tampouco impediu que eu desse muitos passos na fé… Ainda assim, dessa fase, carrego arrependimentos. Sei que agi como pagã algumas vezes.

Por outro lado, já no meu tempo de universitária, o grupo de amigos cuja companhia eu priorizava era de católicos. Saímos à noite e nos divertíamos de forma muito digna. Desses momentos, só me lembro de ter me alegrado e de ter apertado os laços de amizade. Examinando a minha consciência, não vejo no que posso ter ofendido a Deus.

Quanto aos amigos da faculdade, em quatro anos de convivência, fui a, no máximo, três festas com eles. Afinal, eu chegava lá e em pouco tempo ficava sem companhia para conversar ou dançar. Umas amigas estavam drogadas, outras quase desmaiadas de tanto beber e outras se esfregando com os caras pelos cantos.

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Assim, creio que, para os mais jovens, não há mal em frequentar baladas na companhia de outros cristãos que desejam se divertir sem ofender à própria humanidade e a Deus. Não estou pregando uma regra intransponível. Mas é fato que, para quem ainda dá os primeiros passos na fé, pode ser confuso saber o limite entre a diversão inofensiva e o pecado (o que foi o meu caso, aos 15 anos). E os amigos católicos podem nos ajudar a não esquecermos quem nós somos, e a quem nós pertencemos.

Mais tarde, no ambiente de trabalho, esses mesmos jovens católicos serão convocados a frequentar agitos noturnos – como as confraternizações da maioria das empresas. E, nesses ambientes, muitas vezes não terão nenhum amigo cristão para lhes acompanhar. Porém, já tendo a experiência de que é possível se divertir sem avacalhar, creio que poderão frequentar essas ocasiões sem que seja, necessariamente, uma ocasião de pecado.

Sei que vai ter muita gente torcendo o nariz pra esse post. Desejam ardentemente a proclamação de regulamentos morais rígidos que devem ser aplicados universalmente por todos os católicos. Bem, catolicrentes estão sempre querendo transformar as santas recomendações – que servem muito bem para determinadas pessoas, em determinados casos – em mandamentos indiscutíveis da lei divina.

Conclusão: em alguns casos, o melhor será evitar as festas do mundo (como foi o meu caso na faculdade) e, para outros, não haverá mau no #partiu #balada (se você, honestamente, não se sente tentado a agir como pagão ou se está cercado de amigos católicos e conscientes).

Então, vá às festas. Mas entenda os seus limites e não minta para si mesmo: seja verdadeiro com Jesus. Com olhar atento e amor, você saberá se as festas estão sendo ocasião de pecado ou não para você.

E, na dúvida, já sabe: S.O.S diretor espiritual!

(via Catequista)

Tags:
Católicos
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