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Cada vez mais pessoas pedem exorcismo, afirmam padres

OUIJA

Shutterstock-Couperfield

Reportagem local - ACI Digital - publicado em 18/01/19

A maioria dos casos não é de verdadeira possessão diabólica; mesmo assim, um único padre recebeu 1700 pedidos em 2018. O que está havendo?

De acordo com matéria publicada pela agência católica ACI Digital, vários sacerdotes têm testemunhado um aumento do número de pessoas que pedem exorcismo. Esses mesmos padres esclarecem, no entanto, que nem todos os casos são realmente de possessão diabólica.

Um dos sacerdotes mencionados pela reportagem é o pe. Marreddy Allam, exorcista na diocese de Charleston, Estados Unidos. Ele relata que, quando chegou ao Estado da Carolina do Sul, em 2013, recebeu 10 pedidos de exorcismo; em 2018, já foram cerca de 45. E estes números são pálidos diante dos mencionados pelo pe. Vincent Lampert, exorcista da arquidiocese de Indianápolis: aproximadamente, ele recebeu surpreendentes 1.700 pedidos de exorcismo só em 2018.

Um dos casos mencionados pelo pe. Marreddy Allam e que não precisaram de exorcismo foi o de uma mulher que tinha sofrido abuso sexual quando criança e que, já adulta, caiu nas drogas, além de manter contato com pessoas delinquentes ou de vida desequilibrada. Ela não tinha paz interior – a ponto de mal conseguir comer. Acreditando que estava possuída pelo demônio, a mulher procurou o pe. Allam para um exorcismo. Ele respondeu “não”. Em vez disso, acompanhou-a com a oração, ajudou-a a refletir sobre a presença de Deus em nossa vida apesar dos atos equivocados que cometemos com a nossa liberdade e, em seguida, encaminhou-a para tratamento médico. Ela hoje toma remédios adequados, mantém um trabalho estável e leva uma vida perseverante de oração. Em declarações citadas pelo jornal The Post and Courier, o padre conclui a respeito:

“Você tem a capacidade. Se você pede a sua vida de volta, você consegue. Literalmente, ela fez isto”.

Mas por que cada vez mais pessoas procuram ajuda para expulsar espíritos malignos?

O pe. Jeff Kirby, da diocese de Charleston, comenta:

“A nossa sociedade está se envolvendo com áreas obscuras e isso tem consequências espirituais”.

Aspectos que compõem essas “áreas obscuras” incluem, por exemplo, o consumo crescente de pornografia (e de tipo cada vez mais pesado) e o recurso às drogas e ao álcool, substâncias que prejudicam a saúde mental – mas, notavelmente, destacam-se também a visão do sobrenatural como coisa meramente supersticiosa, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, se procuram cada vez mais atividades ocultistas, como a ouija, sob as “desculpas” da “curiosidade”, da “brincadeira” ou da “provocação”.




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A este propósito, o pe. Bryan Babick, da paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, em Folly Beach, comenta:

“As pessoas não deveriam ‘convidar’ para a sua vida algo que elas não conhecem. Com a crítica da pós-ilustração contra a religião organizada e, é claro, com os escândalos em todas as suas formas, há pessoas que estão buscando o sobrenatural em outros lugares, como na wicca, uma religião neopagã vinculada à bruxaria, e até mesmo na adoração a Satanás”.

Apesar disso, os sacerdotes esclarecem que a maioria das pessoas que procuram exorcismo não estão de fato sob controle diabólico. Entre as características de uma pessoa realmente possuída estão, por exemplo, a força física descomunal, a revelação de segredos do passado do exorcista e a recusa violenta a dizer o nome de Jesus, recorda o pe. Allam, que, nos seus cinco anos como exorcista, teve apenas um caso classificável como de possessão diabólica.

Na maioria das vezes, as pessoas apresentam problemas físicos, psicológicos ou mentais, mas acreditam acriticamente que a causa sejam os demônios. Os sacerdotes rezam com a pessoa, lhe oferecem apoio espiritual e a encaminham aos especialistas médicos. Ainda assim, há ressalvas consideráveis que não devem passar em branco, observa o pe. Babick:

“Nem todos os que pensam que estão possuídos estão realmente, mas, às vezes, a ciência médica relacionada à saúde mental também não está tão equipada para tratar todas as condições como acredita que está”.

Do erro das crendices ao erro do desdém

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