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Padre Quevedo: entre a Parapsicologia e a Fé (II)

Escuridão

Manfred Majer | CC BY SA 2.0

Vanderlei de Lima - publicado em 22/01/19

É triste que o Pe. Quevedo, afamado parapsicólogo, tenha se deixado levar por opiniões subjetivas

O Padre Oscar Gonzáles Quevedo, religioso jesuíta, psicólogo, parapsicólogo de fama mundial, filósofo e doutor em Teologia com vários livros publicados, faleceu no dia 9 de janeiro último. Suas exposições, no entanto, têm pontos controversos no confronto entre a Parapsicologia e a Fé, conforme vimos no último artigo sobre a origem e o fim da vida humana.

Confira aqui o artigo anterior:


PSYCHIATRIA

Leia também:
Padre Quevedo: entre a Parapsicologia e a Fé (I)

Hoje, trataremos, de modo sucinto, dos anjos e, em especial, dos demônios aos quais Quevedo negava a atuação no mundo, mas não a existência, que é claríssima verdade de fé (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 328). Ao negar, no entanto, a ação dos anjos bons, aqui, Quevedo se opõe a tudo o que o Catecismo propõe, a partir da Escritura e da Tradição, sobre esses seres espirituais, nos parágrafos n. 325-336. No 336, ensina sobre os anjos bons que “desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. ‘Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida’ (S. Basílio. Ad Eunomium 3,1: PG 29,656B). Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”. Portanto, os anjos bons agem neste mundo”.

Sobre a ação do diabo o Catecismo também é claro. Ensina em seu n. 394 que “a Escritura atesta a influência nefasta daquele que Jesus chama ‘o assassino desde o princípio’ (Jo8,44), e que chegou ao ponto de tentar desviar Jesus da missão recebida do Pai. ‘Foi para destruir as obras do Diabo que apareceu o Filho de Deus’ (1Jo 3,8). Dessas obras, a mais grave em consequências foi a mentirosa sedução que induziu o homem a desobedecer a Deus”. Mais: “No entanto, o poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas, de qualquer modo, criatura: impotente para impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás exerça no mundo a sua ação, por ódio contra Deus e o seu reinado em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves prejuízos – de natureza espiritual e indiretamente, também, de natureza física – a cada homem e à sociedade, essa ação é permitida pela divina Providência, que com força e suavidade dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério. Mas ‘nós sabemos que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus’ (Rm 8,28)”. Portanto, os anjos maus – e não só um deles (cf. Mt 25,41) – agem no mundo.

Cristo, Nosso Senhor, realizou exorcismos a fim de enfrentar o poder diabólico (cf. Mt 9,32-34; 12,22-24; 15,21-28; Mc 1,23-28; Lc 8,28-29; 13,10.17; ver Catecismo da Igreja Católica n. 517 e 550) e vencê-lo, nunca para adaptar-se, de modo falso, a uma mentalidade errônea da época. Afinal, o Senhor Jesus é a própria Verdade (cf. Jo 14,6), não um palhaço de circo que buscava apenas louvores da plateia. Esse poder de exorcizar foi dado por Cristo também à Sua Igreja e ela tem até hoje seu nunca abolido – como dizia Quevedo – Ritual de Exorcismo, publicado em edição revista no ano de 1999.

Que diz o Catecismo sobre o Exorcismo? – Diz que “quando a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a ação do Maligno e subtraído ao seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus praticou-o e é d’Ele que a Igreja obtém o poder e encargo de exorcizar. Sob uma forma simples, faz-se o exorcismo na celebração do Batismo. O exorcismo solene, chamado ‘grande exorcismo’, só pode ser feito por um presbítero e com licença do bispo. Deve proceder-se a ele com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo tem por fim expulsar os demônios ou libertar do poder diabólico, e isto em virtude da autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Muito diferente é o caso das doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. Por isso, antes de se proceder ao exorcismo, é importante ter a certeza de que se trata de uma presença diabólica e não duma doença” (n. 1673).

É triste que o Pe. Quevedo, afamado parapsicólogo, tenha se deixado levar por opiniões subjetivas e, portanto, destoantes da Igreja, enquanto teólogo. Rezemos por ele!

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