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O medo de ser eu mesma

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Prosa e Poesia - publicado em 29/01/19

Todos têm seus próprios monstros de armário, seres gigantes que aparecem em seus momentos mais sombrios, mais vulneráveis

Eu tenho medo.

É uma forma diferente de começar um texto, não é? Mas foi a forma mais honesta que encontrei.

Todos nós temos medos. Todos têm seus próprios monstros de armário, seres gigantes que aparecem em seus momentos mais sombrios, mais vulneráveis.

O meu é bem frequente, muito mais do que gostaria.

Sabe qual é o meu medo?

Eu tenho medo de não ser aceita. Medo de não gostarem de mim do jeito que sou.

Pode parecer estranho para alguns, idiota para outros, impensável para a maioria. Alguém talvez se sinta da mesma forma. Não sei o que se passa em outros corações, mas sei o que faz o meu bater e parar.

Sinto que se um dia for honesta com alguém, ela nunca vai gostar de mim. Ela vai se afastar assim que ver quem realmente sou; fugindo para muito além do meu alcance.

Eu sinto que se verbalizar minhas paixões, serei ridicularizada. Que se mencionar o que passa pelos meus pensamentos, serei julgada, punida. Se me aproximar de um amigo o suficiente para ele começar a me conhecer, uma parte minha tem certeza que ele fugiria na primeira oportunidade.

E voltarei a ficar sozinha.

Imagino que se contar sobre meu passado serei condenada. Compartilhar os meus maiores sonhos, serei barrada. Quando mostrar minhas inseguranças, imediatamente afastada. Alguém seria capaz de se aproximar de alguém cheio de rachaduras? Eles esperam uma garota inteira, sem tantos fragmentos guardados em sua alma.

O que aconteceria se fosse realmente eu?

Alguém ainda permaneceria do meu lado?

E se eles se forem, valeu a pena terem ficado?

É o que me questiono toda vez que penso em virar a página e escrever meu novo capitulo. Sempre hesito nessa mesma parte.

Continuar na segurança de uma mentira ou seguir para a insegurança da verdade?

Deixar tudo como está ou arriscar e viver minha própria vida?

Permanecer nesse terreno de paredes de vidro falsas ou saltar rumo ao desconhecido, a profundidade da minha própria alma?

Estou olhando para esse precipício agora, enquanto escrevo essas palavras. Observando, buscando, pensando.

Eu não sei como vai ser.

Mas a única maneira de saber é tentando, não é mesmo?

E estou cansada de mentiras.

(via Prosa e Poesia)

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