Saiba por que você deve confiar (e muito!) neles A Igreja sempre teve presente que em sua peregrinação terrestre é assistida por seres espirituais, que ajudam no combate contra o mal e no cumprimento do plano de Deus. Esses seres são os anjos. Santo Agostinho nos diz de maneira bonita quem eles são: “Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro)”.
Os anjos são nossos amigos, que intercedem por nós em nosso caminho de santidade. Eles têm a missão de ajudar-nos no combate espiritual que todos os cristãos vivem. Desejam que nos salvemos, que cheguemos um dia a contemplar a Deus face a face, como eles mesmos contemplam. São pessoas, o que quer dizer que podemos nos relacionar com eles, pedindo ajuda, conselho e força. Os santos, que possuem grande experiência do mundo espiritual, se relacionam bastante com esses mensageiros divinos, de formas tão intimas que realmente nos questiona sobre a importância que nós damos aos nossos próprios anjos da guarda.
Se paramos para pensar, como se sentiria uma pessoa que tem por missão ajudar-nos a sermos santo, mas que é muitas vezes ignorada completamente por nós mesmos que tanto precisamos dessa ajuda? É certo que eles são seres espirituais, perfeitos e que não perdem nada de sua felicidade quando os esquecemos, mas isso não significa que seja correto fazê-lo. Foi Deus mesmo quem quis que eles estivessem ao nosso lado, que nos esqueçamos deles é, de alguma forma, uma irresponsabilidade com esse dom de Deus para nós.
Deus nos deu tantos meios para viver uma vida santa, mas mesmo assim escolhemos aqueles que mais nos agradam na medida em que nosso gosto quer se servir deles. Podemos ir à missa quando quisermos, mas escolhemos ir apenas nos dias indispensáveis, podemos receber a confissão tantas vezes quantas forem necessárias, mas não a buscamos com frequência. Temos um ser espiritual totalmente voltado para ajudar-nos em nossa salvação, mas nem sempre nos lembramos dele. Porque não usamos tudo o que Deus nos concede para viver uma vida santa?
Talvez seja falta de fé, ou de um amadurecimento na fé, mas nunca é tarde para dar um passo a mais. Deus, em seu infinito amor, nunca retira esses benefícios para a nossa salvação. Os anjos estão sempre esperando para retomar a relação conosco, se assim o desejarmos. Saudar o nosso anjo com aquela oração que aprendemos de crianças, o “Santo Anjo”, pode ser uma boa maneira de recomeçar, percebendo que ela não tem nada de infantil, e que é uma manifestação de fé profunda e muito bonita.
Podemos encontrar na vida de alguns santos, relatos de como recorriam aos seus anjos da guarda em momentos de necessidade. O Papa São João XXIII por exemplo, várias vezes recorria ao que ele chamou de “diplomacia dos anjos” para resolver algumas questões. Essa diplomacia consistia em pedir que seu anjo da guarda conversasse com o anjo da guarda da outra pessoa para que os ajudassem a chegar a um acordo. É um bonito exemplo de alguém que realmente é consciente de que junto ao nosso mundo visível existe também o mundo invisível, ao contrário do que a visão materialista do mundo quer nos passar hoje.
Agora que você está lendo esse texto, talvez seu anjo esteja vendo isso e pode ser uma boa oportunidade de conversar com ele. Talvez pedir perdão pelas muitas vezes que esquecemos da sua presença e reatar uma amizade que é muito importante para nós, para a nossa salvação. Que nossos anjos da guarda sempre nos ajudem e intercedam por nós em nossa peregrinação rumo a casa do Pai.
Por Ir. João Antônio Johas Leão, via A12
Leia também:
O Padre Pio e os anjos da guarda