"Vocês são chamados a oferecer um sinal da dedicação desinteressada"
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O Papa Francisco recebeu nesse sábado os membros da Associação Nacional dos Magistrados da Itália, que nestes dias celebra 110 anos da sua fundação. Suas palavras foram centralizadas sobre o valor fundamental da justiça para o equilíbrio da sociedade.
“A tradição filosófica apresenta a justiça como uma virtude cardeal – disse o Papa – e a virtude cardeal por excelência, porque à sua realização concorrem também outras: a prudência, que ajuda a aplicar os princípios gerais de justiça às situações específicas; a fortaleza e a temperança que aperfeiçoam a consecução”.
Portanto é uma virtude cardeal porque indica a direção correta, pois “sem justiça toda a vida social permanece bloqueada.
As tarefas do magistrado, recordou Francisco, “são a promoção dos valores constitucionais, vigilância das regras democráticas, e serviço ao bem comum”. Porque o magistrado continuou o Papa, é o “interlocutor privilegiado” para os órgãos legislativos do Estado exatamente pelo “conhecimento direto da vida dos cidadãos”.
“Em uma época na qual com frequência a verdade é falsificada, e somos quase envolvidos em um turbilhão de informações fugazes, é necessário que vocês sejam os primeiros a afirmar a superioridade da realidade sobre a ideia; de fato, a realidade simplesmente é, enquanto que a ideia se elabora”.
O Papa prossegue recordando o compromisso dos magistrados no acertamento da realidade dos fatos que como se sabe, é mais difícil pela quantidade de trabalho que lhe é confiada e pela necessidade de precisão, aprofundamento e esforço continuado de atualização. Depois adverte os Magistrados.
“Em um contexto social no qual cada vez mais se considera normal, sem nenhum escândalo, a busca do interesse pessoal, em detrimento do coletivo, vocês são chamados a oferecer um sinal da dedicação desinteressada”.
Recordando a importância da sentença de um tribunal o Papa disse.
“O tempo e o modo com o qual a justiça é administrada tocam a carne viva das pessoas, principalmente as mais fracas, deixando nelas sinal de alívio e consolação, ou feridas de esquecimento e de discriminações”.
No seu modo de administrar a justiça o magistrado deve sempre respeitar a dignidade de todas as pessoas “sem discriminações e preconceitos de sexo, de cultura, de ideologia, de raça, de religião”, sempre com um “olhar de bondade”, quase misericordioso que favoreça a busca da verdade de modo mais autêntico.
Por fim o Papa conclui dizendo: “Que a elevada inspiração moral, manifestada com nitidez no Código Ético da Magistratura, anime sempre a ação de todos para que sejam bem mais do que funcionários, que sejam modelo para todos os cidadãos, em particular para os mais jovens”.