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7 escritores famosos que superaram dificuldades de ler e escrever

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Michael Rennier - publicado em 19/02/19

Se o seu filho tiver dificuldade em ler e escrever, não se desespere

Há uma enorme pressão para não deixar seu filho ficar para trás na aprendizagem de ler e escrever. E se por acaso ele estiver atrasado, surge o medo de que nunca alcance o nível dos colegas.

Ninguém quer que seu filho repita de ano ou seja colocado em um grupo de reforço que possa torná-lo alvo de bullying. A ansiedade é compreensível – afinal, os pais querem o melhor para seus filhos, incluindo o sucesso acadêmico.

Pode ser, no entanto, que o esforço para aprender a ler e escrever em uma idade precoce esteja prejudicando intelectualmente alguns de nossos filhos.

Nós achamos que, se é bom ler na primeira série, poderia ser melhor ainda já ler no jardim de infância. Algumas crianças estão prontas e ansiosas para ler nessa idade. Por outro lado, algumas crianças ainda não estão preparadas para isso e, ao pressioná-las à leitura cedo, estamos preparando-as para uma vida de conflitos em relação à aprendizagem.

De fato, em lugares como a Finlândia, os professores não podem começar a ensinar alfabetização no jardim de infância a menos que a criança demonstre propensão a isso especificamente. Em vez disso, os professores gastam seu tempo com os alunos ajudando-os a desenvolver habilidades de pré-alfabetização através de rimas cantadas, por exemplo. O objetivo é incutir nas crianças uma interação alegre com a aprendizagem e a escola. O que aprendemos com alegria, nós retemos.

Todas as crianças aprendem no seu próprio ritmo; algumas leem cedo, algumas um pouco depois. Isso pode ser por várias razões, desde a simples falta de interesse até dificuldades sérias de aprendizado. No entanto, se não desistirem, os leitores tardios ​​geralmente alcançam seus colegas.

Apresentar dificuldades em ler muito cedo não significa que a criança não esteja inclinada a uma vida inteira de amor pela literatura. Estes, por exemplo, são sete escritores famosos que, por várias razões, aprenderam a ler e a escrever tardiamente.

Agatha Christie

Agatha Christie, que criou o detetive Hercule Poirot, tinha muita dificuldade em soletrar, quando criança. Ela tinha uma letra deplorável. Seus problemas provavelmente surgiram de uma forma de dislexia, e ela admitiu: “eu, eu mesma, sempre fui reconhecida… como uma ‘pessoa devagar’ na família… Escrever e soletrar sempre foi terrivelmente difícil para mim”. Ela nunca superou suas dificuldades com a escrita, e como adulta ela frequentemente ditava seus livros para que não tivesse que escrever.

W.B. Yeats

Yeats é um dos poetas e dramaturgos irlandeses mais influentes da era moderna. Mas ele era um aprendiz lento e dizia: “vários de meus tios e tias tentaram me ensinar a ler e, como não conseguiram, e porque eu era muito mais velho do que as crianças que liam com facilidade, passaram a pensar que não tinha todas as minhas faculdades”. Yeats se lembra de como seu pai estava frustrado. “Meu pai era um professor irritado e impaciente e jogou o livro de leitura na minha cabeça.” Ele finalmente aprendeu a ler. E ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1923.

F. Scott Fitzgerald

F. Scott Fitzgerald teve tanta dificuldade na escola que seus professores o expulsaram aos 12 anos de idade. Ele nunca terminava seu dever de casa e teve muitos problemas com a escrita. Mesmo sendo um adulto com um dom para contar histórias, sua letra era terrível. Depois de ler uma versão cheia de erros do texto de seu romance This Side of Paradise, um crítico literário o chamou de “um dos livros mais iletrados” que já vira. Fitzgerald pode ter lutado contra o Transtorno de Déficit de Atenção. Ele perseverou e agora, ironicamente, milhões de estudantes do ensino médio leem seu livro The Great Gatsby.

George Bernard Shaw

George Bernard Shaw odiava a escola, frequentava-a irregularmente e abandonava o mais depressa que podia a sala de aula. Mais tarde, ele comparou a escola a uma prisão, “na qual as crianças são mantidas para evitar que perturbem e acompanhem seus pais”. Ele tinha dificuldade em se concentrar e se adaptar a um ambiente de aprendizado rígido. Preferia aprender em seu próprio ritmo. Ele acabou sendo um prodígio.

John Irving

John Irving, cujo roteiro de The Cider House Rules (Regras da Vida), baseado em sua obra, ganhou um Oscar, ainda lê usando o dedo para seguir as palavras. Seus professores na escola o consideravam “preguiçoso” e “estúpido”. Ele não era nenhum dos dois, mas seus problemas de leitura o levavam para aulas de reforço. Ele diz que não entendia até que seu próprio filho mostrou a mesma lentidão com a leitura, então ele entendeu que seus problemas não eram inteiramente culpa dele.

Gustave Flaubert

Gustave Flaubert escreveu alguns dos maiores romances da língua francesa, mas quando jovem ele desatava a chorar quando sua avó tentava ensiná-lo a ler. Apesar das lágrimas, ele não desistiu, mas só conseguiu alcançar seus colegas quando tinha 10 anos. Quando tinha 13 anos, ele estava lendo Les Miserables.

Beverly Cleary

Na segunda série, Beverly Cleary estava atrás de todos os seus colegas em leitura e escrita. Ela estava decidida a recuperar o atraso e acabou se apaixonando tanto pelos livros que se tornou bibliotecária. Isso muito antes dela se tornar uma premiada autora de livros infantis.

A lição para crianças e pais? Não ceda à frustração ou à derrota. Trabalhe com dedicação, e uma vida de alegria literária os aguarda.

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