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“O amor cura, o ódio mata”, o conselho de um gênio da medicina

CONVIT

Fundación Jacinto Convit

Macky Arenas - publicado em 20/02/19

Jacinto Convit, que enfrentou uma doença bíblica, aconselhou o que ele mesmo praticou, e viveu 100 anos

A lepra na Venezuela teve seu momento mais trágico nos anos 1930. Nessa mesma época, um jovem cientista de origem na Catalunha, lutava para erradicar a doença e, independentemente dos riscos e dificuldades, seguiu para os locais de infecção para tratar os doentes.

Em 1937, o lendário médico venezuelano Martin Vegas, pioneiro nos estudos da lepra, convidou Convit para visitar a residência Cabo Blanco, no Estado de Vargas, onde centenas de pacientes com hanseníase estavam hospedados.

Naquela época, a doença ainda era motivo de preconceito. Os leprosos eram trancafiados pelas autoridades.

Jacinto Convit (1913-2014), também conhecido como “José Gregorio Hernández de La Pastora”, foi um médico venezuelano, pesquisador meticuloso e dermatologista do Hospital Vargas de Caracas.

Lá, até quase os seus 100 anos de idade, ele trabalhou intensamente, com entrega admirável, onde se ocupou também do câncer da mama, a segunda principal causa de morte na Venezuela.

Em uma ocasião nós o entrevistamos e passamos uma manhã inteira com ele. Naquela época, tinha 92 anos de idade e apresentava agilidade e lucidez de uma pessoa 50.

“Eu só peço a Deus para me conceder um par de anos para ajudar a encontrar a vacina contra o câncer de mama”, disse então. Ele morreu aos 100 anos de idade sem atingir seu nobre propósito, mas deixou avanços muito importantes que seus sucessores continuam a desenvolver.

Este famoso médica e cientista ficou conhecido pelo desenvolvimento de uma vacina contra a lepra. Recebeu o Prêmio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica em 1987 e foi nomeado para o Prêmio Nobel da Medicina em 1988.

O trabalho do Dr. Convit foi incansável e suas horas foram gastas entre o laboratório e o cuidado de seus pacientes, que ele nunca abandonou. Eles vinham de todos os lugares. Esperavam à sua porta, e ele saía para animá-los e assegurar-lhes que logo seriam atendidos. Deu-lhes sempre um tratamento digno, independentemente de sua condição social.

Na sua idade avançada, ele ainda tratava de cerca de vinte pacientes por dia, além de conduzir uma equipe de pesquisa de primeira linha que ele havia criado e formado. E ainda orientava pesquisadores atuando como professor emérito.

Quando lhe perguntei qual era o segredo de sua vitalidade e lucidez invejável, sem hesitar, ele disse solenemente: “o amor cura, o ódio mata; nunca odeia, ame e você verá que a vida flui como água cristalina”. Foi assim que esse ser humano extraordinário falou, um homem que passou quase um século curando doentes na Venezuela.

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