Desenvolvido por especialistas, este é um guia extremamente simples e útilOs médicos são unânimes em sua opinião de que a exposição precoce a dispositivos eletrônicos leva a muitos distúrbios em crianças.
Estudos mostram que muito tempo de tela pode causar problemas de visão em crianças, e muitos relatórios mostram distúrbios relacionados ao sono, concentração, comportamento, linguagem e muito mais. A lista apenas continua a crescer.
Para ajudar os pais a fornecerem aos filhos uma norma saudável para o uso da tela, o psiquiatra Serge Tisseron criou a regra 3-6-9-12, articulada em torno de quatro etapas essenciais da vida de uma criança: pré-escolar, ingresso no ensino fundamental, o domínio da leitura e da escrita e a transição para o ensino médio. Aqui está a regra que ele propõe:
Nenhum dispositivo eletrônico antes dos 3 anos de idade
Embora saibamos que mais de dois terços das crianças menores de dois anos assistam à TV todos os dias, é útil recordar essa regra básica, amplamente sugerida pelos pediatras. Tisseron ressalta que a melhor maneira de promover o desenvolvimento das crianças é que seus pais brinquem com elas, e não que elas assistam à TV ou joguem em dispositivos eletrônicos. Deixar a televisão ligada pode ser prejudicial para o aprendizado das crianças, mesmo que elas não estejam assistindo.
Nenhum videogame antes dos 6 anos
“Assim que os jogos digitais são introduzidos na vida da criança, eles chamam sua atenção, e isso é, obviamente, à custa de suas outras atividades”, diz o psiquiatra. Em média, as crianças passam 30 minutos por dia em frente aos seus videogames. Mas antes de entrar em videogames, as crianças precisam descobrir seus próprios dons manuais e sensoriais.
Para evitar que as crianças se sintam “donas” de um videogame ou tablet, o que dificulta o controle de seu uso, Tisseron convida os pais a declarar que todos os dispositivos digitais usados pelas crianças pertencem a toda a família. Quando você tiver mais de um filho, faça um cronograma para quem usa os dispositivos e a que horas.
Sem internet antes dos 9 anos, e depois, apenas acompanhado por um adulto até o ensino médio
Segundo Tisseron, o acompanhamento dos pais ao uso da internet não se destina apenas a impedir que a criança seja confrontada com imagens violentas ou pornográficas. Os pais também devem apontar três regras essenciais: tudo o que colocamos online pode acabar no domínio público, tudo o que colocamos online permanecerá lá para sempre, e tudo o que encontramos online é questionável porque não podemos saber se é verdade ou se é falso sem verificar fontes confiáveis. O pai/mãe deve estar presente para fazer isso, planejando com a criança o tempo a ser reservado para o uso do computador e tendo tempo para conversar com ela sobre o que ela vê e faz.
Internet liberada a partir dos 12 anos, mas com cautela
Mesmo nessa idade, o apoio dos pais é necessário. Os pais precisam definir com seus filhos as regras a serem seguidas, concordar com as programações predefinidas para estar online, estabelecer um sistema de controle. Este é o momento para conversar sobre download, plágio, pornografia e intimidação, e desligar o Wi-Fi e telefones celulares à noite.
É claro que essas regras precisam ser adaptadas a cada família e às necessidades e ao nível de maturidade de cada criança. Versões mais detalhadas e diferenciadas dessas diretrizes podem ser encontradas na versão em inglês do panfleto 3-6-9-12. Serge Tisseron foi premiado pelo desenvolvimento do guia 3-9-6-12 pelo Family Online Safety Institute em 2013, em Washington, D.C.