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Por que ser um “consumidor consciente” é mais fácil do que se pensa

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Michael Rennier - publicado em 27/02/19

Viver com mais responsabilidade não precisa ser complicado

Você já parou de usar canudos de plástico? Estão dizendo que eles estão destruindo o meio ambiente. Mesmo sendo alguém cuja família tem usado canudos de aço inoxidável laváveis já faz um tempo, pergunto-me se essas campanhas realmente convencem as pessoas a se tornarem consumidores conscientes.

Nos últimos anos, tenho dado muita atenção ao assunto. Ser um consumidor consciente significa buscar produtos ecologicamente corretos que promovam pequenos negócios e ofereçam um salário digno para as pessoas que os produzem. A ideia é que, toda vez que gastamos dinheiro, estamos fazendo uma escolha pelo tipo de mundo em que queremos viver. Mas vejo os altos e baixos disso.

Vamos começar com os aspectos positivos do consumismo consciente. Primeiro, promove mais engajamento e consideração pelo outro. Coloca-nos perguntas difíceis sobre o impacto que as nossas escolhas têm no meio ambiente e nas condições de vida de outras pessoas. Se um número suficiente de pessoas usar bem sua consciência ao considerar quais produtos comprar, as empresas que abusam do meio ambiente e dos funcionários serão forçadas a mudar seu modelo de negócios.

Em segundo lugar, comprar com mais critério geralmente resulta na aquisição de produtos de mais qualidade. Não se contentar com itens mal feitos e baratos que são produzidos em massa por trabalhadores mal pagos significa definitivamente optar por melhor qualidade.

Finalmente, mesmo que não haja recompensas imediatas, o consumo consciente é uma tentativa de tornar o mundo um lugar melhor, e essa deve ser sua própria recompensa.

Isso é bom, mas aqui estão as desvantagens…

Primeiro, o consumo consciente é mais caro, e isso nem sempre é viável para um orçamento familiar.

Em segundo lugar, ao escolher entre diferentes produtos e empresas, nem sempre há boas opções. A maioria das empresas terá algumas práticas que são preocupantes, seja em seu âmbito de trabalho, impacto ambiental ou envolvimento político.

Os produtos em si também não são perfeitos. Por exemplo, houve um tempo em que deveríamos usar sacos plásticos na mercearia e parar de usar o de papel. Agora devemos usar o de papel e parar de usar o de plástico. Ambos têm desvantagens. É claro que deveríamos apenas trazer sacolas de pano reutilizáveis, mas meu ponto de vista é que poucas de nossas escolhas são “perfeitas” como consumidores.

Finalmente, há os modismos, e eu me preocupo em ir junto com eles, porque seria uma maneira fácil de acalmar minha consciência. É difícil aplicar consistentemente o consumismo consciente. É uma boa ideia, em teoria, mas nem sempre funciona na prática.

A menos que pensemos de forma diferente sobre nossos hábitos de compra. Se ajustarmos ligeiramente nossa perspectiva, então o consumismo consciente se torna muito mais simples.

Para mim, o grande insight veio quando eu estava tirando o lixo. Percebi que, quer eu use sacolas de papel ou plástico, elas acabam no lixo. E não importa se as roupas que eu comprei vieram de uma fonte ética, eu ainda assim acabei comprando roupas que não preciso. O grande problema é comprar e jogar fora um monte de coisas.

Outra parte do problema que vejo quando olho para a lata de lixo é que muitos produtos que compramos têm rótulos de grandes corporações. Grandes corporações não são necessariamente más, mas seu modelo de negócios pode ser obscuro e suas linhas de suprimento requerem enormes recursos. Simplesmente mudar de marca e continuar consumindo nem sempre resolve o problema. Então a mudança que nossa família fez foi simples: começamos a consumir menos. Nós não fizemos votos de pobreza ou nos tornamos anti-materialistas – e eu ainda tenho que tirar o lixo, mas agora eu tiro um pouco menos.

Tente comprar um item a menos por mês. Vá menos vezes ao shopping. Evite o fast food e coma em casa com pratos  de verdade. Faça o smartphone durar mais seis meses antes de entregar-se a um novo. Apague as luzes quando sair da sala. Se todos fizéssemos as coisas simples e menores, isso teria efeitos grandes.

O consumo consciente é uma escolha pessoal. Ninguém pode fazer isso por nós. A solução não é política, não culpa o outro e não espera que uma nova corporação faça isso por nós.

Para nossa família, o efeito de consumir menos foi positivo. Economizamos algum dinheiro, vivemos com mais responsabilidade e estamos aprendendo a não nos apegar demais aos nossos padrões de consumo.

Talvez você esteja fazendo isso melhor do que nós, ou talvez não esteja particularmente preocupado com isso. Todos nós fazemos nossas próprias escolhas. Tudo o que estou dizendo é que pode ser muito mais simples do que pensamos.

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