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Arcebispo de São Paulo comenta blasfêmias do Carnaval

CARNAVAL
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Reportagem local - publicado em 06/03/19
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Escola de samba encenou possível vitória do diabo sobre Jesus e gerou muita polêmica A escola de samba Gaviões da Fiel encerrou os desfiles do grupo especial do Carnaval de São Paulo em 2019. A agremiação, ligada ao time de futebol Corinthians, gerou polêmica ao apresentar, na comissão de frente, uma encenação em que satanás duela contra Jesus e vence a batalha. A coreografia fez parte do enredo “A saliva do santo e o veneno da serpente”, que contou a história do surgimento do tabaco. 

Em entrevista à Rede Globo, logo após o desfile, o coreógrafo Edgar Júnior, responsável pela encenação, revelou: “O foco era chocar. Essa comissão de frente foi incrível e alcançou nosso objetivo, que era mexer com essa polêmica de Jesus e o diabo, com a fé de cada um”.

E mexeu mesmo! Nas redes sociais, a polêmica suscitou muitos comentários negativos por parte dos cristãos, que se sentiram desrespeitados com o teatro no sambódromo. 

O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, usou o Facebook para se manifestar:

“Várias pessoas manifestaram-se chocadas diante de cenas carnavalescas sobre uma suposta vitória de Satanás sobre Jesus. Nós, cristãos, sabemos e afirmamos que Cristo, no seu amor pela humanidade, sofreu violência e padeceu até mesmo a morte na Cruz. Mas ele não foi vencido pelo demônio. Pelo contrário, ele venceu a própria morte mediante a ressurreição e manifestou a vida plena.Convido todos a elevarem preces a Deus em reparação às ofensas feitas a Nosso Senhor, ainda hoje, e de muitas formas, e a abrir os corações ao amor de Deus, revelado nos sofrimentos de Cristo.”

O Padre Zezinho também se manifestou pelas redes sociais: 

O episódio do desfile da GAVIÕES DA FIEL que não vi, mas que alguém me mostrou, é uma dessas polêmicas criadas para conseguir debates, como algumas novelas da Globo. Fizeram, fazem e farão. E quanto mais protestos houver, mais eles serão lembrados.O Governo, os Juízes e a PF nada farão. Por isso, mostrar Jesus sendo derrotado pelo demônio, embora não seja Jesus, mas Santo Antão, e no final, alguém vence e o povo se dividirá entre vitória do diabo ou de Jesus… É bem isso que o carnavalesco queria. Estão falando da sua ousadia. E os Gaviões da Fiel serão lembrados. E era isso que queriam. Sugiro que, se debate ou discussão houver, que os cristãos orientem seus fiéis para saber como reagir. Mas nada acontecerá a quem bolou este desfile. E se alguém procurar um juiz, perderá a causa! Já fizeram isso com filmes sobre Jesus, Maria, Maria Madalena, Judas, o Papa, os padres e também pastores e rabinos. Protestar vai dar mais Ibope para o carnavalesco. Fez, faz e fará ! Como nas novelas da Globo, a arte é desafiar e ganhar um pouco mais de Ibope. Isto, a longo prazo pode funcionar: mudar de canal ou de torcida pode dar certo para católicos e evangélicos irados. Mas acontecerá aos poucos. O povo às vezes se cansa de ofensas contra sua fé ou contra a sua família. Mas leva tempo! A maioria não reagirá, como tudo neste Brasil. E daí? Foi apenas um teatro de sambódromo!”

No Instagram, a Gaviões da Fiel postou fotos dos momentos da encenação em que Jesus se sobressaía ao diabo. O post trazia os seguintes dizeres: “Jesus venceu o mal/Ele vive”. (V

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Reprodução / Instagram

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