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Do caos ao belo de Deus

CONFESSIONAL

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Canção Nova - publicado em 11/03/19

Como podemos religar nosso relacionamento com Deus?

“O pecado é, antes de mais, ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão com a Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da penitência e reconciliação“. CIC 1440

Confessar-se, segundo a Igreja, é fazer uma revisão dos pecados da sua vida passada, reconhecer o erro, fazer o propósito de não voltar a comete-los e mudar de vida.

“…por um lado, os atos do homem que se converte sob a ação do Espírito Santo, a saber, a contrição, a confissão e a satisfação: por outro, a ação de Deus pela intervenção da Igreja. A Igreja que, por meio do bispo e seus presbíteros, concede, em nome de Jesus Cristo, o perdão dos pecados e fixa o modo da satisfação, também reza pelo pecador e faz penitência com ele. Assim, o pecador é curado e restabelecido na comunhão eclesial”. CIC 1448

O sacramento da confissão é primeiramente para perdoar os pecados graves. Mas também, assim como os demais Sacramentos, para infundir a graça no penitente. E nessa graça tem a cura, que nos fortalece na luta contra os pecados. Mas você pode pensar: “ Peraí! Me confesso regularmente a 25 anos e ainda cometo os mesmos pecados! Cadê a cura? ” No decorrer desse texto e dos próximos, vamos procurar dar o “pulo do gato”, a chave para acessar essa graça.

Após se confessar com as santas e devidas disposições, depois da absolvição, na vida comum, vai ser possível perceber uma força além do que teria conseguido por meios naturais, como se fosse uma vacina, uma proteção sobrenatural contra a fraqueza do pecado. O seu propósito fica suavemente mais firme. Teremos entrado em estado de graça.

Os elementos da confissão

1. Exame de consciência: trata-se do ato de se lembrar de todos os pecados que cometeu desde a última confissão. Se foi há muito tempo, pode levar alguns dias. Com o hábito cotidiano da confissão, esse momento se torna mais simples. O que se tem que procurar não é o que está afligindo a consciência, mas aquilo que vai contra a lei de Deus e à lei natural objetivamente. (Primeiro pulo do gato!).

Não analisar a vida moral de acordo com o sentimento de culpa apenas. Esse sentimento é enganoso, pois às vezes nos culpa de coisas que não se tem culpa e deixa de nos culpar onde de fato o há. O exame de consciência nos ajuda no autoconhecimento. Aprendemos a não ser subjetivos.

Precisamos julgar os erros de acordo com regra externa que não está sujeita a alterações. Por isso, o exame de consciência tem de ser feito de acordo com a moral cristã. Vale a pena, no ato do exame de consciência, escrever o pecado em um papel para não esquecer na hora da confissão.

2. Arrependimento: reconhecer que realmente estava errado e detestar os atos que fez pelo menos do ponto de vista racional. (Segundo pulo do gato!). No exame de consciência, nós nos lembramos do pecado cometido, no arrependimento, reconhecemos o erro cometido, e que rompemos nosso relacionamento com Deus.

No arrependimento, para ser sincero e mais nobre, é preciso meditar sobre o mal que o pecado nos fez. Perceber que nos afastou de Deus e nos pôs no caminho da condenação eterna. Se não houver o arrependimento sincero e a confissão sacramental, ao morrer, podemos ir para o inferno.

3. Propósito: aqui está a chave para uma boa confissão. O propósito deve ser definitivo e universal, de não tornar a cometer nenhum dos pecados graves cometidos! Universal no sentido de serem todos os pecados graves. Não pode faltar nenhum. E não pode ser um propósito de ir largando aos poucos o pecado. É preciso ser radical e de uma vez por todas. Caso contrário, a confissão não será válida e não recebemos a graça da cura e a ajuda contra o pecado.

Novo homem, após a confissão

Parece ser um despropósito, mas não é. À medida em que se nutre essas decisões, ao sair da confissão, no intuito de ser fiéis ao propósito feito diante de Deus, passamos a estar atentos à nossa vida, para de fato, não mais cometer o pecado mortal. Munidos com a ajuda sobrenatural sacramental, será evidente que em poucas semanas, os pecados graves vão desaparecendo da nossa vida!

Caso torne a cometer um pecado mortal, bem pouco tempo depois da confissão, volte a se confessar com a mesma disposição, pois essa repetição em curto tempo será só no início, pois logo eles vão desaparecer de nossa vida!

Essa firme decisão, deve ser sobre todos os pecados graves. Os leves, é bom que se tenha a mesma disposição, porém, obrigatoriamente no primeiro momento, deve ser sobre os mortais.

Não cometa os mesmos pecados

Caso não se tenha ainda a coragem de se ter um propósito desses, o caminho é meditar ainda mais sobre as consequências do pecado grave em nossa vida.

A confissão possui mais três elementos, mas, nessa semana, vamos até aqui. Pense no que você leu e seja sincero: era assim mesmo que você se preparava para a confissão? Tinha um exame de consciência voltado para os conceitos da moral natural, ou eram somente de acordo com o peso de consciência, sem saber muito bem do que se trata a moral? Havia em você um arrependimento e um horror pelos pecados cometidos? E, ao se confessar, havia um propósito firme e sincero de nunca mais cometer, pelo menos os pecados graves?

Não se preocupe. Após terminar a exposição dos elementos da confissão, vamos nos aprofundar mais ponto por ponto.

Por Roger de Carvalho, via Canção Nova 

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