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As regras de minimalismo dos santos

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Maria Paola Daud - publicado em 12/03/19
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Muito antes de Marie Kondo, São Francisco já ensinava a buscar o essencialO minimalismo é a tendência a reduzir tudo ao essencial, a despojar-se das coisas excessivas. Esta palavra ou tendência, hoje, está muito em moda, e mais ainda graças à exitosa série da Netflix que tem como protagonista a guru da organização Marie Kondo.

Dizem que a tendência ao minimalismo nasceu nos anos 1960. Mas sabemos que os santos, muito antes disso, já nos ensinavam com seu testemunho a reduzir tudo para nos centrarmos no essencial, Cristo.

Não é à toa que existe um ramo dos franciscanos chamado “mínimos”, que tem como fundador São Francisco de Paula.

Mas o minimalismo dos santos vai além do campo estético, trata-se de um despojamento de tudo, como sinal de caridade perante os irmãos, a Igreja e para centrar toda a vida, sem distrações ou impedimentos, no amor a Cristo.

Nestas 6 regras do minimalismo, podemos ver como os santos vão muito além nesse conceito, e principalmente através do testemunho de vida:

PRIMEIRA REGRA

Elimine tudo que não te faz falta

Eu realmente preciso disso? Tal coisa acrescenta algo a minha vida?

Santa Teresa d’Ávila resumiria esta regra com uma bela oração: Nada te turbe, nada te espante, tudo passa, Deus não muda; a paciência tudo alcança; a quem tem a Deus, nada falta. Só Deus basta.

SEGUNDA REGRA

Não se apegue aos objetos

Muitas vezes guardamos algo por carinho. Mas, na verdade, não é do objeto em si que gostamos, mas da recordação.

São Francisco de Assis despojou-se completamente de seus bens, até de suas roupas, diante de uma multidão de pessoas, do bispo e do seu pai. Só deixando todos os bens materiais herdados do seu pai terreno, poderia depositar todo o seu tesouro e todas as suas esperanças no Pai celestial.

TERCEIRA REGRA

Ordem e simplicidade em casa

Elimine o supérfluo para criar uma nova ordem única, valorizando a simplicidade.

Aqui temos o exemplo de São Bento e sua regra “Ora et Labora”: Organize toda a sua casa (a Ordem), para que com poucas posses compartilhadas entre todos os religiosos, encontre-se a harmonia e a simplicidade para o bem-estar comum. Um bem alcançado com uma excelente organização que combina o trabalho e a oração durante todo o dia, sem esquecer o merecido descanso.

QUARTA REGRA

Valorize o seu tempo e selecione os seus compromissos

Seja produtivo, não procrastine e selecione o que é mais importante para você. Aprenda a dizer não.

Santo Afonso Maria de Ligório: “Não há coisa mais breve que o tempo; mas tampouco há nenhuma mais preciosa que ele. Não há nada mais breve que o tempo, porque o passado já não existe, o futuro é incerto e o presente se reduz a um momento… Mas quanto tem de breve o tempo de nossa vida, tanto tem de precioso, porque em cada momento podemos adquirir tesouros de méritos para o Paraíso, ao empregar o tempo com juízo…”

QUINTA REGRA

Controle a sua mente

Tente manter sua mente calma, reduza o estresse, mantenha-se no presente e no aqui e agora.

Santa Teresinha do Menino Jesus nos dá exemplo de como manter a calma: um dia, na lavanderia, uma monja não parava de respingar água suja no seu rosto. Ela, no início, quis repreendê-la por sua atitude, mas depois pensou que aquele seria um bom exercício para sua paciência.

SEXTA REGRA

Menos é mais

Reduza sua vida ao essencial

O que é o essencial? Para o cristão, seguramente é o amor, como diz São Paulo: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria”.