Polêmica pelos gestos do Papa diante de fiéis que queriam beijar o seu anelO Papa Francisco não deixou que algumas pessoas beijassem o seu anel, nesta segunda-feira, 25 de março, no Santuário Mariano de Loreto, no momento de saudação aos fiéis na sacristia.
Veja:
Uma montagem que juntava gestos do Papa nesse sentido causou grande revolta nas redes sociais.
Francisco é um papa de gestos e cultiva a mensagem de uma Igreja pobre para os pobres, de portas abertas, próxima do povo de Deus e que deveria conceber o poder como serviço. Nesse sentido, em todo o seu pontificado busca relacionar palavras e gestos.
Portanto, é justo considerar que um Papa que denuncia o clericalismo e o servilismo do catolicismo de salão não aceite que lhe beijem a mão e que o reverenciem como um monarca. E também que insista em que as pessoas o olhem de frente, e não se rebaixem diante dele.
Francisco recordou que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo apenas se for para se agachar e ajudá-la a se levantar. Se não for assim, não temos o direito de olhar ninguém de cima para baixo (vídeo-mensagem para o Encontro Nacional da Juventude em Rosário 22/05/2018).
De fato, no vídeo da saudação dos fiéis em Loreto, considerando as cenas completas, ou seja, sem montagens tendenciosas para prejudicar o Papa e os católicos em geral, mostram Francisco beijando Terços, deixando-se tocar, recebendo abraços, trocando sorrisos e olhares de sujeito para sujeito.
A revolução da ternura que o Papa Francisco propõe pode ser incômoda. Porque acaba com antigos gestos das Hierarquias, das Cortes Imperiais e das Casas Reais.
Não foi a primeira vez
Além disso, esta não foi a primeira vez que o Papa rejeitou gestos excessivos de reverência clerical. No início de 2018, quando estava no Peru prestes a embarcar de volta para Roma, o presidente peruano Pedro Pablo Kuczynki tentou se despedir do Papa Francisco com “beija anel”, mas o Santo Padre não permitiu.
Francisco sabe, sem dúvida, manter o protocolo das cerimônias do Vaticano e a agenda pontifícia com o “espírito religioso de obediência” de sua formação jesuítica e com o devido rigor que é exigido especialmente diante de líderes, dignidades e líderes religiosos. No entanto, prima pela simplicidade.
Aos bispos e padres, ele tem insistido para que evitem o apego ao poder e não caiam no clericalismo.
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