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Se você quer manter seu filho feliz, evite essas 3 coisas

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Mathilde de Robien - publicado em 26/03/19

Quebrar uma mentalidade comum em nossa cultura ajudará a preservar a alegria e a admiração de seu filho

Se você quiser manter seus filhos felizes, certifique-se de que eles não tenham absolutamente tudo o que desejam.

Essa ideia está em contradição com a mentalidade popular que prega que devemos ter “tudo agora” em um mundo em que muitas pessoas nos países desenvolvidos têm tudo o que precisam.

As pessoas muitas vezes (erroneamente) acreditam que o caminho para tornar as crianças felizes é se curvar a todos os seus desejos e satisfazer todos os seus caprichos, assegurando que elas nunca fiquem entediadas.

E, no entanto, “se quisermos trazer de volta o encanto para a infância, devemos parar de estragar as crianças”, afirma a escritora Valerie Halfon, que pesquisou o assunto.

Mini-adultos

A tendência atual é considerar as crianças como mini-adultos. Os profissionais de marketing chamam esse fenômeno de “crianças envelhecem mais jovens” (KGOY – sigla em inglês para “kids getting older younger“).

Isso é promovido especialmente pelas indústrias de moda, entretenimento e eletrônica, mas também por um sistema educacional que não deixa tempo para brincadeiras, descobertas ou tédio.

Maria Montessori disse: “Deixe nossos filhos crescerem em seu próprio ritmo! Vamos parar de superestimá-los… Isso é inútil! Esgota-os e nos esgota! Basta acompanhá-los e deixá-los voar livremente!”.

Essa observação é verdadeira quando as crianças têm seus horários preenchidos como executivos de negócios, e onde as meninas já estão vestidas e maquiadas como mulheres adultas.

Evite dar muitas coisas ao mesmo tempo

Montanhas de presentes no Natal, uma variedade sem fim de atividades durante as férias, doces e lanches abundantes que envergonham os carrinhos de sobremesa de ótimos restaurantes. Querendo agradar às crianças, às vezes conseguimos o efeito oposto: elas se cansam de tudo, entediadas pela gratificação instantânea e, eventualmente, desiludidas.

Pelo contrário, “experimentar a necessidade desenvolve nelas uma qualidade essencial: gratidão”, diz Valerie Halfon.

É superando pequenas frustrações que as crianças aprendem a superar as dificuldades e a crescer. “As crianças que não esperam que lhes seja oferecida a lua em um prato de porcelana estão felizes com tudo o que recebem. E quando estão acostumadas a sentir gratidão e empatia, são muito mais felizes”.

Evite servir tudo em uma bandeja de prata

O consumo excessivo, a superabundância e as opções de transbordamento tornam as crianças passivas. Tudo é fácil, está na ponta dos dedos. Mas “se quisermos permitir que elas se tornem autônomos, criativos e felizes, devemos evitar estragá-las demais, porque não é ter algo que nos motiva a procurar maneiras de obtê-lo”, diz a autora que faz esta importante pergunta: “Se você der tudo para uma criança, se ela encontrar tudo à mão, por que ela iria querer fazer qualquer esforço?”.

Ensinar nossos filhos a viver e brincar dentro de certas limitações irá prepará-los mais realisticamente para a vida adulta, torná-los mais agradecidos por aquilo que têm e ajudá-los a explorar seus brinquedos e o mundo em torno deles de forma mais ativa, se divertindo e se maravilhando com eles.

Também lhes permitirá descobrir a alegria da espera, estudada por psicólogos. Verdadeiramente, por mais paradoxal que possa parecer em uma sociedade consumista e materialista, “ter tudo e ter agora” não nos fará tão felizes quanto saber o que é experimentar e como saborear as coisas boas que temos.

Valerie Halfon é a autora de “Tout le monde en a un, auf moi!” (“Todo mundo tem um, menos eu!”).

Tags:
CriançasEducaçãoPaternidade
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