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O que fazer quando padrinhos e madrinhas mudam de religião?

BAPTISM

TAMINO PETELINŠEK | DRUŽINA

Canção Nova - publicado em 04/04/19

É preciso lembrar que, primeiramente, a responsabilidade pela educação cristã é dos pais

Muitos conhecem o famoso ditado de Cícero: “A história é a mestra da vida”. Por isso, antes de responder especificamente à pergunta do título, por meio da história, veremos como nasceu na Igreja a função dos padrinhos. O antigo teólogo e escritor, Hipólito de Roma (170-235 d. C.), faz referência à função do padrinho na época em que a maioria dos candidatos ao Batismo era formada por jovens e adultos. A generalização do Batismo das crianças aconteceria mais tarde.

Na Igreja primitiva, quem pedia para ser batizado devia preparar-se por meio do catecumenato. Tratava-se de uma longa preparação para os sacramentos da iniciação cristã, sendo eles: Batismo, Crisma e Eucaristia. A preparação se dava de forma contínua, progressiva e dinâmica, marcada por etapas que incluíam catequeses e celebrações. Essas últimas envolviam toda a comunidade. A preparação, em Roma, podia durar até três anos.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica , “desde os princípios da Igreja, o Batismo dos adultos é a situação mais corrente nas terras onde o anúncio do Evangelho ainda é recente. O catecumenato (preparação para o Batismo) tem,
nesse caso, um lugar importante; sendo iniciação na fé e na vida cristã, deve dispor para o acolhimento do dom de Deus no Batismo, Confirmação (Crisma) e Eucaristia” (n. 1247).

Pai na fé

Na minha experiência pessoal, posso afirmar que, num país da África Central onde vivi por um ano e meio, o catecumenato dos adultos durava até quatro anos. Então, aparece a função do padrinho. Segundo Hipólito de Roma, nos primeiros séculos da Igreja, o padrinho apresentava oficialmente o candidato para ser batizado e o acompanhava, seja em todo o período de preparação ao Batismo, como depois. No fundo, o “padrinho” era como se fosse um “pai na fé”.

Nas regiões onde o Batismo das crianças tornou-se largamente a forma habitual da celebração do sacramento, essa se transformou num ato único que integra, de um modo muito abreviado, as etapas preliminares da iniciação
cristã. Então, pela sua própria natureza, o Batismo das crianças exige uma catequese depois dele. Não se trata apenas da necessidade duma instrução posterior a ele, mas do desenvolvimento necessário da graça
batismal no crescimento da pessoa. É o espaço próprio da catequese.

Lembro-me da expressão do saudoso Dom Cândido Padin, que foi bispo de Lorena e de Bauru, ele chamava de “católicos do IBGE” (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os fiéis pouco praticantes. Pois, são aqueles que apenas nas estatísticas se declaram católicos, mas sem profundas convicções. Mas, qual a realidade do nosso país, em que a maioria recebe o Batismo quando criança? Com frequência, o “padrinho” é um parente ou um amigo da família, e nem sempre é um fervoroso cristão.

O que acontece quando alguns padrinhos mudam de religião?

Antes de tudo, a primeira responsabilidade pela educação cristã é dos pais. No novo ritual do Batismo, percebe-se que o compromisso pela educação cristã das crianças é assumido primeiro pelos pais e só depois pelos padrinhos.
Mas, acima de tudo, nosso compromisso de fé é com Jesus Cristo. Além disso, se nossos pais e padrinhos mudarem de religião, nós somos chamados a testemunhar a fé em Jesus e na sua Igreja até a morte.

Principalmente para quem teve o padrinho que mudou de religião, quero dar este exemplo: a mãe do meu amigo mudou de religião, porém, ele é um católico tão fervoroso que emitiu os votos religiosos de castidade, obediência e pobreza.

Podem ser feitas muitas considerações com relação a quem participou da celebração de um Batismo, como pai, mãe, padrinho, madrinha, ou simples amigo da família. Mas limitarei-me apenas no seguinte:  pensemos naqueles que têm a responsabilidade de organizarem a celebração do Batismo. Em primeiro lugar, o sacerdote e os fiéis que o ajudam nesse importante evento.

E, mais uma vez, darei o exemplo de uma história. Um brilhante professor, que era pagão, tinha ouvido falar do bispo da cidade que fazia belas pregações. Quis, então, ouvir essas pregações, porém, atraído pela oratória. Mas, aos poucos, o professor pagão conseguiu penetrar na mensagem de fé do bispo e decidiu converter-se. Esse era Santo Agostinho, ele se converteu depois de ouvir a pregação bem preparada do bispo São Ambrósio de Milão.

Então, pergunto: “Se um pagão, como Agostinho, converteu-se graças a pregação de Ambrósio, porque não considerar a possibilidade da conversão de, pelo menos, alguns “católicos do IBGE” que, como padrinhos ou simples amigos dos pais da criança, participarem de uma celebração de Batismo bem preparada?

Por Lino Rampazzo , via Canção Nova 


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Batismo
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