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Olhe para o mundo hoje e amanhã: não há razão para ter medo

FRANCISZKANIN

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Tom Hoopes - publicado em 09/04/19

Considere estas 3 ferramentas necessárias para transformar a cultura

Eu estava conversando com uma estudante assustada outro dia. Olhando para o mundo, ela não via nada além de escândalos e oposição à fé católica.

Ela estava preocupada. “A Igreja tem futuro?”, perguntou-me. “Você está brincando?”, eu respondi. “O futuro da Igreja nunca me pareceu mais brilhante! A Igreja tem respostas sólidas para cada um dos males do mundo de hoje”, eu disse.

“Não devemos ter medo do mundo, devemos ter misericórdia e sair em seu auxílio!” Não a convenci. Mas ela ficou pensando.

A Igreja Católica sempre esteve à beira da morte. E à beira de uma grande vitória. Os cardeais dizem que escolheram o Papa Francisco porque ele entende isso. “Não tenha medo de ir e trazer Cristo para todas as áreas da vida”, disse depois de se tornar Papa.

Instituições católicas nos EUA e no mundo estão fazendo exatamente isso. O Benedictine College, no Kansas, onde eu trabalho, tem reunido pessoas para falar sobre como transformar a cultura. Líderes da indústria, líderes de opinião e especialistas no assunto estão nos ajudando a planejar um futuro melhor.

O que precisa mudar? Muito. As comunidades estão se desgastando porque os vizinhos não se conhecem, o discurso político tóxico transforma discordância em ódio, e as tecnologias de smartphone e games conectam estranhos de maneira superficial, deixando os membros da família se sentindo isolados uns dos outros. A fé está desaparecendo em muitas comunidades, e o crime e o suicídio estão aumentando.

“Quando você suprime o desejo por Deus, isso é muito perigoso psicologicamente. Eu vejo isso o tempo todo na forma de vícios e depressões profundas”, disse o bispo de Los Angeles, Robert Barron. “É perigoso fechar as portas para Deus.”

Mas a Igreja insiste que os católicos ainda são capazes de transformar o mundo – e até explica como.

“O propósito do Evangelho, na verdade, é transformar a humanidade a partir de dentro e torná-la nova”, explicou São João Paulo II, em O Evangelho da Vida.

Como o fermento que fermenta toda a massa, o Evangelho pretende permear as culturas e dar-lhes vida a partir de dentro. O truque é parar de pensar do modo que São Pedro fez depois da crucificação, e começar a pensar da maneira como ele fez depois de Pentecostes.

Após a crucificação, tudo parecia perdido. Jesus havia sido morto. O império e o establishment religioso estavam trabalhando em conjunto para se opor aos cristãos, e ninguém parecia se importar com o que eles tinham a dizer.

Depois de Pentecostes, todos esses fatos permaneceram os mesmos, mas agora eles sabiam que Cristo havia ressuscitado dos mortos e que o Espírito Santo – o próprio Deus – estava com eles.

Daquele dia em diante, o cristianismo nunca parou de crescer. Cresceu das ruínas do templo depois que foi destruído e cresceu das ruínas do império romano depois que desmoronou.

Como a cultura da Europa foi transformada? O Papa Bento XVI recebeu seu nome do grande santo a quem ele atribuiu a renovação da “civilização e cultura” do Ocidente.

Hoje, para buscar um progresso verdadeiro – ele disse – ouça a Regra de São Bento como uma luz para guiar nosso caminho. O grande monge ainda é um verdadeiro mestre.

Quando São Bento escreveu sua Regra, a cultura de seu tempo estava em colapso em muitos dos mesmos aspectos que o nosso mundo de hoje.

As comunidades foram se desgastando quando as estradas romanas, em decomposição, se tornaram perigosas, e o comércio diminuiu. A fé rachou quando várias comunidades seguiram seu próprio caminho, inconscientes ou desinteressadas pelo que a Igreja ensinava.

As taxas de alfabetização decaíram para irrisórias, e grandes obras da civilização foram perdidas ou ignoradas. Os mosteiros de São Bento e Santa Escolástica acenderam pequenas luzes na escuridão. E bastou isso para reacender as luzes. As abadias tornaram-se os centros de comunidade, fé e erudição.

Dos mosteiros vieram gigantes espirituais como São Gregório Magno, São Bonifácio, Agostinho de Cantuária e Santa Hildegarda, que espalharam a luz de Bento aos reinos pagãos da Europa e a alastraram como fogo.

A mesma coisa pode acontecer em nossos países hoje. Quando o cardeal de Nova York, Timothy Dolan, visitou o Kansas, ele disse: “O sonho e o desafio dos beneditinos de renovar a cultura através do ensino superior católico é tão revolucionário hoje quanto era no século VI”.

As mesmas três ferramentas – comunidade, fé e erudição – podem transformar a cultura de hoje. Então não tenha medo do mundo. Pense nisso como um gigante desafio que precisa desesperadamente de nós.

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