Um dia, enquanto caminhava com uma amiga pelo shopping, presenciamos uma mãe chamando a atenção do filho em voz alta. O adolescente, que aparentava ter cerca de 14 anos, pareceu muito envergonhado e tentou sair de perto da mãe o mais rápido possível.
Notei a cena em segredo, porém minha amiga – que é mãe de um adolescente da mesma idade – se familiarizou com a situação e soltou: “isso já não acontece mais comigo, mudei meu jeito de lidar com meu filho e agora somos amigos”.
A partir daí, por quase duas horas, ela me contou todos os desafios que tinha em casa, pois o filho, que até os 11 anos demonstrava ser um menino muito calmo e doce, passou a apresentar alguns sinais de rebeldia.
Como suas palavras tinham um tom do tipo: “você também tem um filho, então memorize essas minhas dicas, pois elas poderão ser muito úteis no futuro”, guardei mentalmente as três linhas gerais dessa conversa e vou compartilhá-las aqui.
1. A importância dos momentos de lazer em família
Segundo minha amiga, ter um programa semanal em família virou uma regra.Ela disse que passou a sentir o filho mais próximo depois que ela e o marido fixaram um dia de passeio em família e que são flexíveis com as vontades do filho, pois o deixam sugerir eventos, restaurantes, filmes e, muitas vezes, permitem que o garoto convide um ou dois amigos a se juntarem a eles.
Essa aproximação permitiu uma observação mais atenta sobre como o comportamento do garoto tem mudado, como são suas amizades e como ele os colegas compartilham dos mesmos gostos.

2. Ouça seu filho com a razão, não com a emoção
Muitos adolescentes têm um poder argumentativo surpreendente e, não raro, deixam os pais sem uma resposta no momento necessário. Minha amiga disse que, em alguns embates que tinha com o filho costumava entrar em pane ao tentar rebater a forte opinião dele. Muitas vezes, o garoto soltava frases do tipo “é assim e ponto” para encerrar a discussão.
Ela disse que é um exercício muito difícil, mas que ouviu de seu terapeuta que é importante tentar ouvir os jovens com a razão, deixando a emoção de lado. Segundo ela, desde que o filho fale com respeito, ele tem total liberdade de expressar sua opinião e que, mesmo sabendo que a mãe não vai mudar de ideia, o garoto sente-se bem por ser ouvido.

3. Seja firme
“Baixei a guarda, mas não amoleci”: foi essa a frase usada por minha amiga para resumir sua mudança de atitude em relação ao filho. Segundo ela, o ambiente em sua casa está mais harmonioso e sem brigas, porém isso não quer dizer que as regras mais rígidas deixaram de existir.
Segundo ela, dormir na hora certa, fazer os deveres da escola e manter o quarto organizado são algumas das “leis” que devem ser cumpridas sem questionamentos. Ela fala que é importante que ele siga certa disciplina, pois sabe que em algum momento a vida adulta vai lhe cobrar isso.
Por fim, minha amiga sabe que quando é necessário lembrá-lo disso, é impossível não ser enfática: “Um dia ele vai crescer, ser adulto e terá de lidar com sua liberdade de escolha, mas por enquanto é apenas um jovenzinho que, às vezes, quer agir por conta própria e, nessas horas, meu papel é de adverti-lo de que ‘regras são regras’”, conclui.


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