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O Senhor não espera situações ou estados de ânimo ideais, diz Papa

PAPIEŻ FRANCISZEK W BUŁGARII

ANDREAS SOLARO/AFP/East News

Reportagem local - Vatican News - publicado em 05/05/19

Na Bulgária, o Papa Francisco disse que quando é o chamado de Jesus que orienta a vida, o coração rejuvenesce

O Papa Francisco afirmou hoje que o Senhor nos convida a realizar coisas surpreendentes.

O Papa celebrou a missa na tarde deste III Domingo da Páscoa, na Praça Knyaz Alexandar I, em Sófia, capital búlgara, em seu último compromisso deste primeiro dia de sua visita à Bulgária.

Partindo a liturgia dominical, o Santo Padre articulou a homilia da celebração lembrando três realidades estupendas que marcam a nossa vida de discípulos: Deus chama, Deus surpreende, Deus ama.

Francisco destacou primeiramente o chamado que o Senhor fez a Pedro às margens do lago da Galileia, chamando-o a tornar-se pescador de homens. No segundo chamado, quando, após a Paixão do Senhor, Pedro tem a tentação de retomar as redes para voltar a pescar no lago, o Senhor recomeça do princípio, com paciência sai ao seu encontro e diz-lhe “Simão”. Era o nome do primeiro chamado, disse o Pontífice.

“O Senhor não espera situações ou estados de ânimo ideais, cria-os. Não espera encontrar-Se com pessoas sem problemas, sem decepções, pecados ou limitações. Ele mesmo enfrentou o pecado e a decepção, para ir ao encontro de cada vivente e convidá-lo a caminhar.”

Força do amor

“Irmãos, o Senhor não Se cansa de chamar. É a força do Amor que subverte todas as previsões e sabe recomeçar. Em Jesus, Deus sempre procura dar uma possibilidade. E assim procede também conosco: chama-nos cada dia para reviver a nossa história de amor com Ele, para voltar a fundar-nos na novidade que é Ele.”

Quando é o chamado de Jesus que orienta a vida, o coração rejuvenesce, acrescentou o Papa. Francisco lembrou que Deus surpreende – segunda realidade. “É o Senhor das surpresas que convida não só a surpreender-se, mas também a realizar coisas surpreendentes.”

“O Senhor chama e, encontrando os discípulos com as redes vazias, propõe-lhes algo de insólito: pescar de dia, o que é bastante estranho naquele lago. Devolve-lhes confiança, colocando-os em movimento e impelindo-os de novo a arriscar, a não dar nada e, especialmente, ninguém por perdido. É o Senhor da surpresa que rompe os fechamentos paralisadores, restituindo a audácia capaz de superar a suspeita, a desconfiança e o medo que se esconde por trás do «sempre se fez assim».”

“Deus surpreende, quando chama e convida a lançarmos, já não as redes, mas a nós mesmos ao largo na história e a olhar a vida, a olhar os outros e também a nós mesmos com os seus próprios olhos que, «no pecado, vê filhos carecidos de ser levantados; na morte, irmãos carecidos de ressuscitar; na desolação, corações carecidos de consolação. Por isso, não temas! O Senhor ama esta tua vida, mesmo quando tens medo de a olhar de frente e tomar a sério».”

Chegamos, assim, à terceira certeza de hoje, disse o Santo Padre: Deus ama. “Deus chama, Deus surpreende, porque Deus ama. O amor é a sua linguagem. Por isso, pede a Pedro – e a nós – para sintonizar-se com a mesma linguagem: «… amas-Me?» Pedro acolhe o convite e, depois de tanto tempo passado com Jesus, compreende que amar significa deixar de estar no centro.”

Pedro reconhece-se frágil, “compreende que, só com as suas forças, não pode prosseguir. E baseia-se no Senhor, na força do seu amor, até ao fim. Esta é a nossa força, que somos convidados a renovar todos os dias: o Senhor ama-nos”, prosseguiu.

O cristão

“Ser cristão é um chamado a ter confiança que o Amor de Deus é maior do que qualquer limite ou pecado. Um dos grandes desgostos e obstáculos, que hoje sentimos, situa-se não tanto ao nível da compreensão de que Deus é amor, mas no fato de termos chegado a anunciá-Lo e testemunhá-Lo duma maneira tal, que, para muitos, este não é o seu nome. Mas Deus é amor, que ama, dá-Se, chama e surpreende.”

Francisco concluiu dirigindo a todos uma veemente exortação:

Aquilo que disse aos jovens na Exortação que escrevi recentemente, quero repeti-lo a vós também. Uma Igreja jovem, uma pessoa jovem, não pela idade, mas pela força do Espírito, convida-nos a testemunhar o amor de Cristo, um amor que impele e nos leva a estar prontos para lutar pelo bem comum, a ser servidores dos pobres, protagonistas da revolução da caridade e do serviço, capazes de resistir às patologias do individualismo consumista e superficial. Enamorados por Cristo, sede testemunhas vivas do Evangelho em todos os cantos desta cidade.

(Com Vatican News)

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